Entre euforia e preocupação as aulas recomeçaram em Angola com algumas escolas sem condições

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Alunos do ensino primário regressaram às aulas quarta-feira (10) em Angola. Falta d’água e casas de banho precárias estão entre as principais reclamações de encarregados e professores sobre os estabelecimentos de ensino.

Lá se foram onze meses desde que as crianças deixaram de ir à escola por causa da pandemia de Covid-19. Esta quarta-feira (10.02), pais e professores prepararam o retorno dos alunos do ensino fundamental às aulas.
Enquanto alguns sentem um misto de preocupação e euforia, outros reclamam da falta de condições de biossegurança e higiene nas casas de banho das escolas na província Bengo. O professor da Escola Missionária de Santa Ana, localizada em Caxito, Pedro Tomás, diz que há preocupações constantes dos gestores das escolas para prover alguns itens, mas também todos estão conscientes que algumas questões deverão ser resolvidas com as aulas já em andamento.
«Existe água na nossa escola, mas ainda acho que devemos melhorar. Também há a questão do sabão e de outros elementos que deveremos melhorar já com os meninos aqui na escola», explica Tomás.
Além da falta d’água nas escolas, a carência de funcionários de limpeza e casas de banho precárias preocupam os professores. Garcia Nkembo, professor na Escola nº 307, também em Caxito, está especialmente preocupado com os recursos para higiene. Na sua escola, há dois banheiros disponíveis para 500 alunos. «Teria mais preocupação por parte da direcção [para] ver este caso, para lidar com as crianças não será fácil».
Para o primeiro dia de aulas, algumas escolas agendaram avaliações. Mesmo com as debilidades, notadas em diferentes escolas, a encarregada Lemba Pedro Tomás vai mandar o seu filho à escola.
«A professora disse que vai vir fazer prova. Então, estamos preparados para acompanhar o nosso filho para vir fazer prova», diz .
O Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) avalia que o regresso das crianças à escola é uma decisão arriscada, mas compreensível. «Se não retomarem, poderemos ter dificuldades no próximo ano lectivo».
«As nossas crianças estão há bastante tempo, quase um ano, sem aulas. É importante que retomem porque, se não retomarem, poderemos ter dificuldades no próximo ano lectivo», opina o secretário-provincial do SINPROF no Bengo, César António, que falou à DW em nome da instituição.
O diretor do Gabinete Provincial da Educação, Manuel Fernando, compreende as dificuldades porque passam algumas escolas e pede um trabalho conjunto.
«Pedir a própria intervenção das comunidades no que a higiene diz respeito às escolas, porque se é verdade que o estado deve colocar as auxiliares de limpeza, não é menos verdade que a comunidade tem uma responsabilidade muito profunda na manutenção do próprio edifício», explica.
Em Luanda, assim como em todo o país, a situação não é diferente. Neste primeiro dia, entre euforia e preocupação, assistiu-se ao regresso dos petizes às aulas. *(Com DW África).

Fonte:JA

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