Entidades contra aquisição de 200 residências pelo Estado

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“É um roubo descarado”, afirmou à VOA o deputado Makuta Nkondo sobre compra de um complexo de residências na comuna do Calumbo, em Luanda para abrigar cidadãos em quarentena por causa da Covid-19.

Para o deputado independente pela CASA-CE Makuta Nkondo, o preço pago `é um roubo´ e entende que “o Presidente João Lourenço continua mal-acompanhado e enquanto estiver com os actuais auxiliares, o sistema continuará corrupto”. “Estas casas do Calumbo são um roubo descarado e gravíssimo num país sério e João Lourenço pagará por isso”, sublinhou aquele parlamentar. Já o jurista e também deputado Lindo Bernardo Tito considera que são casas degradadas e com preços bastante exorbitantes.


“Sou de opinião que esta compra seja suspensa imediatamente porque até prova em contrário há improbidade pública”, disse Tito, para quem “o agente do Estado não pode fazer negócio consigo mesmo”, sem dar outros pormenores. Por seu lado, Gaspar dos Santos, secretário da Juventude do PRS que visitou aquelas habitações entende que os preços demonstram uma clara sobrefaturação da parte de determinados membros do Executivo e por isso defende a “revogação do decreto que autoriza a respectiva aquisição” por ser “claramente um autêntico roubo”.


Visão do Governo


O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, confirmou recentemente a aquisição de um imóvel infraestruturado com 200 residências, localizadas na comuna do Calumbo,
no município de Viana, no valor em kwanzas equivalente a quase 25 milhões de dólares, no quadro das medidas contra a Covid-19.
Almeida disse que a compra do complexo “inscreve-se na estratégia do Executivo de criar cada vez mais condições ao nível do país para fazer face a pandemias ou epidemias”.
Feitas as contas, cada residência vai custar ao cofre do Estado um total de 68.732.800 kwanzas (124 mil dólares) quando o Orçamento Geral do Estado para 2020 prevê gastar 59.200.133 kwanzas para a construção do Hospital Municipal de Cacuaco.


“Na estratégia adoptada pelo Executivo, aproveitou-se para se dar um passo que se julgou importante e pertinente”, afirmo Adão de Almeida, acrescentando que “o Governo está a criar condições para ter no país um centro especializado para tratamento de epidemias e pandemias, que vai
estar disponível agora para a situação da Covid 19, mas também para o futuro”.

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