Embaixadora americana visita património histórico

0
224

Uma em cada quatro pessoas escravizadas que chegaram aos Estados Unidos da América vieram de Angola, por isso se coloca a necessidade de se compreender melhor a trajectória percorrida para chegar à América, disse, ontem, em Massangano, município de Cambambe, Cuanza-Norte a embaixadora norte-americana em Angola.

Nina Fite fez tais revelações quando visitava monumentos  situados na zona residencial da barragem hidroeléctrica de Cambambe e na comuna de Massangano. Sublinhou que  a embaixada dos Estados Unidos pretende cooperar com o Governo angolano para entender e poder explicar melhor  aos americanos descendentes de Angola as suas raízes.

“Estamos já em conversa com o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente porque, para nós, existe um nexo de cultura e turismo. Primeiro porque são americanos de descendência africana que pretendem conhecer de onde vêm, então isso tem valor histórico. Segundo, porque o próprio angolano deve  compreender melhor a nossa história e   como podemos agir no futuro”, disse.

A delegação encabeçada por Nina Fite começou a visita no Forte de Cambambe, uma missão da Igreja Católica, erguida no século XVII e frequentada por cidadão oriundos de diversos pontos do país. Erguido de pedra e cimento em 1690, o Forte foi classificado Património Histórico-cultural, através da Portaria nº 67-B, de 30 de Maio de 1923.

De acordo com o director do Gabinete Municipal de Cambambe da Cultura, Genilson Sumucanda, Cambambe perdeu protagonismo quando se transferiu o poder económico e político para a actual cidade do Dondo.

A diplomata foi, a seguir, à Massangano, localidade que se tornou capital provisória de Angola, durante o período que Luanda se encontrava ocupada por forças militares holandesas. Daquela localidade ainda sobrevivem ruínas da antiga câmara municipal, palácio do governador, tribunal e a comarca, todas do século XVI.

A infra-estrutura melhor conservada é a Igreja da Nossa Senhora das Vitórias, de tipo gótico, erguida no século XVI pelo navegador português Paulo Dias de Novais. Visitou-se, também, a praça onde partiam os angolanos deportados para diversas partes do Mundo.

A deslocação a Cambambe foi a segunda de Nina Feti ao Cuanza-Norte. Na primeira, a embaixadora visitou a nova fábrica de têxteis “Satec” e ao horto botânico do Quilombo, conhecido local pela existência de uma estação de investigação agronómica e valor turístico. A embaixadora disse que Quilombo é um bom lugar turístico mas, precisa de mais investimentos.

Foi a aldeia de Cambungo, municipalidade do Lucala (36 quilómetros de Ndalatando), onde, revelou, que o Governo americano disponibilizou um milhão de dólares para apoiar um projecto que visa remover as barreiras ao empoderamento das mulheres rurais.

Sublinhou que o investimento prevê o aumento da produção agrícola, treinamento, apoio prático e aperfeiçoamento das técnicas de cultivo, conservação dos mantimentos, melhoria da segurança alimentar e geração de excedentes para venda.

Constam, também, das intenções a implementação de sistema de educação de adultos, conhecimento e a capacidade para assegurar os direitos das mulheres à terra, resolução de conflitos e sensibilização das jovens para obtenção de instrumentos básicos para uma cidadania.

Prevê-se a sensibilização sobre saúde sexual e reprodutiva, nutrição, água e saneamento, assim como a  gravação de programas em línguas nacionais para programas de rádios comunitárias, com abrangência a todos municípios.

O projecto de empoderamento das mulheres conta com o patrocínio de instituições como USAID, ENI, Grupo Simples, Exxon Mobil e a Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), a ser desenvolvido em oito municípios, designadamente, Lucala e Cazengo (Cuanza-Norte), Quibala (Cuanza-Sul), Belas e Icolo e Bengo (Luanda), Gambos (Huíla) e Bibala (Namibe).

Fonte:JA

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui