Atendo-se à fauna, os Elefantes, designação oficial da Costa do Marfim, seriam, pela robustez do animal, sobretudo por terem de defrontar as “minúsculas” Raposas do Deserto, Argélia, vencedores antecipados do jogo de hoje, às 17h00, no Estádio Japoma, em Douala.
No jogo entre campeões, uma vitória poderá propiciar a qualquer um dos intervenientes, apuramento directo aos oitavos-de-final da Taça de África das Nações em futebol, CAN´2021, a disputar-se até 6 de Fevereiro, nos Camarões.
No desafio decisivo, referente à terceira e última jornada do Grupo E da fase preliminar da 33ª edição da competição, a analogia florestal passa a ser quimera, pois ambas as selecções terão de explanar todos os argumentos técnico-tácticos no relvado.
Actuais campeões, tendo ganho antes a prova em 1990, os argelinos às ordens do seleccionador Djamel Belmadi, vindos de um empate e igual número de derrota, não querem deixar o campeonato precocemente e estão avisados que dos três resultados apenas a vitória lhes permitirá seguir à outra fase.
Dependentes da calculadora e do gol-average, embora a ousadia e eficácia poderá valer algo mais, Riyad Mahrez, jogador do Manchester City de Inglaterra, Youcef Belaïli e Baghdad Bounedjah, outras duas Raposas sonantes, sabem que para os comandados do francês Patrice Beaumelle, basta apenas um ponto.
Afastados nos quartos-de-final da edição de 2019, após a marcação de grandes penalidades, os bicampeões, taças ganhas em 1992 e 2015, querem desforrar-se do percalço e manter o registo de em 16 jogos, terem perdido apenas dois, em 2017 e 2019, frente a Marrocos.
Longe do fulgor demonstrado no tempo de Didier Drogba, dos irmãos Yaya e Kolo Touré, Siaka Tiéné, Souleymane Bamba, Didier Zokora, Gervinho, só para citar esses, a actual geração de Elefantes quer fazer história.
No histórico de desafios em africanos das nações, a Costa do Marfim está em vantagem com três triunfos contra dois do adversário, certamente mais um aditivo para espicaçar o ego dos jogadores das duas equipas.
E para os argelinos pavor maior deverá ser o de correrem o risco de saírem de cena sem vencerem uma única partida na primeira fase. A seu favor concorre o facto de nenhuma outra selecção ter chutado tantas bolas, 32, para as balizas opositoras em busca do golo.
Nas probabilidades de triunfo o favoritismo é repartido em cinquenta por cento para cada lado.
O técnico Beaumelle de certo apostará no 4x3x3, com Sangare (guarda-redes), Komam, Deli, Eric Bailly e Maiga (defesas), Kessie, Seri e Sangare (médios), Cornet, Haller e Gradel (avançados).
Por sua vez, Belmadi deve esquematizar a sua selecção no habitual 4x2x3x1, alinhando com o guarda-redes M´bolhi, os defesas Atal, Mandi, Benlamri e Bensebaini, trincos Bennacer e Bendebka, médios Mahrez, Feghouli e Belaili (médios), e o avançado Bounedjah.
Outros jogos
Ainda hoje, à mesma hora, para o mesmo grupo, defrontam-se Guiné Equatorial, segunda classificada, três pontos, e Serra Leoa, terceira com dois. Na eventualidade dos equato-guineenses vergarem os serra-leoneses, asseguram um dos passes de acesso aos “oitavos”.
Três países discutem os dois passes de acesso
No Grupo F, com três das quatro selecções com possibilidades matemáticas de garantirem uma das vagas, destaque para o duelo Gâmbia-Tunísia, às 20h00, no Estádio Limbe, na cidade com o mesmo nome.
Os gambianos lideram a série com quatro pontos e os tunisinos são terceiros com três. Marcado para Japoma, em Douala, o encontro é de desfecho imprevisível. Já o Mali, segundo com quatro, ao ter pela frente a Mauritânia, última sem pontos, poderá ter tarefa facilitada e meio caminho andado para a materialização do desiderato.
Fonte: JA