O Banco de Poupança e Crédito de Angola vai despedir os primeiros 200 trabalhadores, dos 1.600 programados, na próxima segunda-feira. O Sindicato dos trabalhadores apela à negociação para travar onda de despedimentos no BPC.
O Sindicato do Banco de Poupança e Crédito defende que o despedimento de trabalhadores não é a melhor solução para tirar banco da crise e aponta uma ronda de negociações para impedir o processo, como sublinha Carlos Quarenta, primeiro secretário da Comissão Sindical do BPC: “O grupo de membros quer da comissão sindical quer do SNEBA, sempre manifestou o desejo e o interesse que o despedimento não é a melhor via, por mais que o Banco de Poupança e Crédito esteja no precipício, há outros caminhos a encontrarem-se”.
O plano de restruturação prevê, a partir de 31 de Agosto, fechar agências e dispensar milhares de colaboradores, apesar da injecção de valores feita pelo Estado para resgatar o banco.
Carlos Quarenta é da opinião que se deve pautar por uma a negociação razoável que não impeça o processo, sendo que o banco atravessa uma “crise sem precedentes” a julgar pela carteira do crédito malparado.
O responsável revela, por sua vez, que desconhece as razões que levaram a excluir o sindicato em todo processo que envolve os trabalhadores e o conselho da Administração do maior banco comercial público angolano.
O sindicalista alerta para as consequências do processo na economia familiar dos trabalhadores e lamenta o silêncio de vários órgãos do Estado.
BPC em restruturação
Apesar da injecção de valores feita pelo Estado para salvar o banco, Carlos Quarenta não entende porque é a direcçao do BPC insiste em despedir trabalhadores sem, no entanto, conversar ou explicar os meandros do processo.
Em Julho o Governo determinou um resgate antecipado no valor 275,3 mil milhões de kwanzas para salvar o Banco de Poupança e Crédito, atendendo à crise do crédito malparado e a suposta falência técnica do BPC.
O Conselho de Administração do Banco de Poupança e Crédito vai começar o processo de despedimento de 200 trabalhadores e o encerramento de agências a partir da próxima segunda-feira.