Desminados em todo o país mais de um milhão de hectares

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Ao todo 1.163.600 hectares de superfície foram desminados em todo o território nacional desde 2002, anunciou, sábado, no município do Cuito Cuanavale, Cuando Cubango, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), Faustina Alves.

A governante, que falava num encontro de sensibilização e educação sobre o risco de minas, explicou que foram desminados 3.218 quilómetros de linhas de caminho-de-ferro, 109.847 de estradas e 350.804 quilómetros de li-nhas de transmissão de energia eléctrica de alta, média e baixa tensão.

 O processo de desminagem permitiu ainda limpar 1.374 quilómetros de condutas de água e canais de irrigação, 10.006 quilómetros de extensão de fibra óptica e 52.159 quilómetros de linhas sísmicas. 

 Faustina Alves disse que paulatinamente o país tem retomado a normalidade, salientando que mais cinco milhões de angolanos internamente deslocados foram reassentados e 600 mil refugiados regressaram ao país. A retoma paulatina à normalidade também permitiu a reunificação da família angolana, um ganho que inspira o trabalho do sector.

Acidentes com minas


 Faustina Alves referiu que no primeiro semestre deste ano  foram sensibilizados 25.795 populares sobre o perigo de minas, dos quais 12.656 crianças e 13.139 adultos.

“Apesar deste enorme esforço, foram registados, em sete províncias, 12 acidentes que causaram 32 vítimas, das quais 16 crianças, em que duas perderam a vida”, informou a ministra, salientando que dos 12 acidentes, quatro ocorreram no Cuando Cubango, tendo sido a província com o índice mais elevado de acidentes com minas e outros engenhos explosivos.

 Segundo Faustina Alves, os dados estatísticos exigem que a actividade de sensibilização seja cada vez mais dinâmica e abrangente, de forma a se alcançar o maior número possível de cidadãos. “Cada cidadão deve ser um activista na sensibilização e educação sobre o risco de minas em casa, nas escolas e nas comunidades, onde os sobas e regedores devem redobrar a atenção, para prevenirmos os acidentes que podem causar ferimentos, amputação ou mesmo mortes em consequência da detonação  de minas e outros engenhos explosivos”, apelou.

 Faustina Alves disse que a sensibilização e educação sobre o risco de minas deve ser tarefa do Estado,  parceiros sociais e comunidades.”Muitos engenhos explosivos têm formatos atraentes, sobretudo para crianças. Ao passo que os adultos recolhem com o intuito de vender o metal, outros por curiosidade tentam abrir os engenhos para retirar o mercúrio que não existe e isto também tem causado muitos acidentes que resultam na sua maioria em mortes”, disse.

 O Executivo, com o envolvimento da Comissão Executiva de Desminagem, continua firme no cumprimento das suas obrigações em ver o país livre de minas, atribuindo recursos financeiros e apoio técnico para o cumprimento do estabelecido no artigo 5º da Convenção de Ottawa e declarar Angola sem minas até 2025, lembrou a ministra, que encorajou os sapadores a prosseguirem com a actividade, para a salvaguarda da vida dos cidadãos e respectivos bens.

Fonte:JA

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