A descentralização do poder, a transparência nas decisões e a fiscalização na aplicação das mesmas, são as questões em que o governo de João Lourenço se deveria concentrar para fazer avançar o país, disseram os economistas Carlos Rosado de Carvalho e Sérgio Calundungo.
Os dois falavam no programa “Angola Fala Só”, de 21 de agosto, em que a situação económica de Angola foi o principal assunto mas em que as implicações políticas dessa situação foram necessariamente abordadas.
Sérgio Calundungo disse que o actual Presidente tinha, para seu crédito, reconhecido em público os grandes males de Angola, como a corrupção e nepotismo e tinha iniciado “a responsabilização de pessoas que nós considerávamos de intocáveis”.
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Mas, acrescentou, João Lourenço não alargou “os níveis de participação numa série de decisões”.
“Não sinto que se estejam a construir instituições sólidas do ponto de vista de transparência, participação e fiscalização”, disse o economista.
“Queremos ver todas as instituições brilhar e não apenas um homem”, acrescentou afirmando ainda que “a primeira linha de trabalho” do governo deveria ser a descentralização.
“Há margem muito grande para partilhar poderes de decisão com outros entes da hierarquia do Estado mas também com outros sectores sociais”, disse Sérgio Calundungo que fez notar que muitas vezes as autoridades e populações locais conhecem os problemas, sabem como resolvê-los mas aguardam sempre “por ordens superiores”.
Carlos Rosado de Carvalho concordou saudando o combate à corrupção e rejeitando acusações de que João Lourenço está a perseguir a família do anterior Presidente Eduardo dos Santos.
Fonte: Voa