Contributo de Óscar Ribas recordado em mostra de arte

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“Um Óscar para todos” é o título da exposição do artista plástico Nefwani Júnior, que está patente ao público na Casa Museu Óscar Ribas, em Luanda, como forma de lembrar os feitos e contributos do etnólogo e ensaísta Óscar Ribas para a valorização da tradição oral angolana.

A exposição, que é parte do projecto memorial, um dos destaques da iniciativa Biblioteca ao Ar Livre (BAAL), inserido nas jornadas comemorativas de mais um aniversário natalício de Óscar Ribas, fica patente até o dia 28, na Casa Museu do escritor, no Cruzeiro, em Luanda. Além da exposição de arte, Nefwani Júnior está ainda a usar o espaço para apresentações de teatro, a maioria com histórias sobre os feitos do escritor, de forma a criar interacção com os expositores e visitantes.

O artista, que é membro da Associação Young Artist of Angola, recorreu à técnica mista, incluindo a combinação de pintura e colagem, utilizando uma superfície pouco convencional com papelões reciclados transformados em objectos sólidos de suporte às telas, para apresentar a colecção de quadros sobre a vida e obra de Óscar Ribas. Para Nefwani Júnior, a poética e estética dos trabalhos do escritor está subscrita nos quadros, nos quais retrata alguns dos feitos do etnólogo às gerações vindouras. 

Durante as jornadas, várias editoras vão comercializar no espaço centenas de obras nacionais e estrangeiras. Pela primeira vez a participar numa exposição do género, está Luzolo Miranda, em representação da família Mpanzu, que apresenta na feira livros comprados e coleccionados, por anos pelo falecido pai, o antigo professor de História e Língua Francesa no Instituto Normal de Educação “Garcia Neto”, Mpanzu Eduardo. 

A diversidade de livros expostos pode ser encontrada, também, nas bancadas da editora Mayamba e da distribuidora de livros Castelo das Edições.

Gentílicos

“Os nomes Gentílicos de Angola”, de António Kutena, é um dos livros apresentados durante a feira do livro. O autor disse, ao Jornal de Angola, que o livro apresenta numa perspectiva diferente as preocupações quotidianas para se identificar os nomes gentílico nacionais. 

O livro, esclareceu, aborda a designação atribuída às pessoas e locais em função da naturalidade e da região geográfica. “Poucas vezes são questionados os nomes ou a designação a ser atribuídos aos cidadãos nascidos em várias localidades. O livro vem de certa forma facilitar e também dar respostas aos leitores sobre essa temática”, explicou o autor.

A necessidade de escrever o livro, adiantou, era de saber a origem dos nomes de alguns cidadãos. Porém, devido às dificuldades, teve de adiar por um tempo. “Questionei-me por que razão algumas instituições angolanas não conseguem dar respostas satisfatórias sobre a matéria. Procurei buscar argumentos científicos para conseguir produzir o livro”, criticou.

Depois de tentativas, disse, começou a escrever o livro em 2015, mesmo com poucas referências bibliográficas e a falta de um patrocínio, por isso somente agora conseguiu  colocá-lo no mercado, sob a chancela da Cheila Editora, com dois capítulos com fundamentações teóricas e os processos que concorrem para a formação dos nomes. 


A feira

O director da Casa Museu Óscar Ribas, Sidónio Massoxi, disse, ontem, que após a inauguração e a visita guiada pela feira, os visitantes puderam ter acesso à diversidade das obras publicadas e o espólio de Óscar Ribas pouco comum, como fotografias, documentos e áudios inéditos.

A ideia, destacou, é tornar a feira permanente durante todo o ano e realizar as jornadas neste mês para comemorar mais um aniversário do escritor. “Queremos dar uma outra dinâmica à casa, com programas culturais interactivos e de proximidade ao público”.   
 No sábado passado, a organização realizou o programa radiofónico “Menha Ndungo” e depois uma deposição de flores no túmulo do escritor Óscar Ribas, no cemitério do Alto das Cruzes, em Luanda.

Fonte:JA

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