A condenação do rei do Bailundo, Armindo Francisco Kalupeteka, Ekuikui V, a seis anos de prisão maior, está na origem de uma onda de protestos, com a realização de vários rituais tradicionais, na montanha Halavava e na estátua do rei Ekuikui II, no centro da sede municipal, por parte dos membros da corte, que consideram “injustificada” a decisão do Tribunal Provincial do Huambo.
Na visão dos mais de 30 membros que compõem a corte da Ombala Mbalundu, a condenação do soberano do reino do Bailundo, por crime preterintencional, na sequência de um julgamento tradicional, que resultou na morte do cidadão Kamutali Epalanga, de 54 anos, fere os princípios e valores culturais da região, pelo que solicitam a intervenção das autoridades competentes para a reavaliação da sentença.
Em declarações à imprensa, Francisco Kavite, um dos 30 membros da corte, afirmou que nunca se viu, em qualquer ponto do país, um rei a ser julgado pelo Tribunal, alegando que a decisão “está errada”, porque o soberano devia ser ouvido primeiro pela corte da Ombala. O soba Avelino Martinho “Lumbungululu”, um dos responsáveis da corte, garantiu que o rei do Bailundo não estava presente no acto de julgamento que resultou na morte de Kamutali Epalanga, acusado de ter enfeitiçado a neta, que acabou por falecer em circunstâncias estranhas.
Fonte:JA