Embora possa ser difícil de aceitar, a maioria dos abusos sexuais e maus-tratos as crianças estão directamente relacionados com pessoas e familiares muito próximos das vítimas, os quais têm a confiança das crianças para satisfazerem os seus desejos distorcidos.
Devemos ter em mente que muitas destas situações, (até a aparentemente mais inofensiva) podem aumentar o risco de abuso, ou seja, funcionarem como fatores de risco.
Mas, o conhecimento destas delicadas situações ajuda-nos a saber que acções podemos tomar de uma forma preventiva ou paleativa.
Sabe-se, do quão difícil é a decisão de denunciar algo tão sério, principalmente quando é um abuso intrafamiliar, mas, a ocorrência feita o quanto antes para os órgãos competentes, é uma maneira de minimizar os danos e traumas sofridos pela vítima desse tipo de abuso e por sua vez ajudá-la. Quanto mais as crianças souberem sobre os seus corpos e os respeitarem, melhores ferramentas terão para se protegerem dos agressores.
É crucial que tanto os pais como os demais agentes sociais, incutam nas crianças que todas as partes dos seus corpos são importantes e merecem respeito, para que assim os agressores não tenham chances de tocá-las.
No caso de abuso sexual, a intervenção psicóloga é sempre a melhor forma de apoiar a criança, intervenção a qual deve ser imediata, de forma que o acompanhamento psicológico acaba por ser essencial para ajudar a voltar a dar significado a vida da criança ou adolescente abusada.

Não obstante à isso, para que o processo terapêutico realmente funcione, toda a família deve participar das sessões, com a finalidade de serem trabalhadas em certo grau e forma as dificuldades familiares geradas pelo abuso sexual da criança.
É muito importante que os pais estejam vigilantes, sobretudo educarem e avisarem as crianças sobre certos “jogos” “comoventes” e proibidos. Que percebam, que não devem fazer justiças com as próprias mãos, de forma a não gerarem mais sofrimento emocional a criança, atribuído pela “falsa responsabilidade” da atitude impulsiva do pai ou da mãe. É necessário ainda, que tenham uma boa confiança com os filhos com o intuito de criarem bons canais de comunicação, de forma a lhes dizerem imediatamente se algo acontecer.
Mas acima de tudo, se o seu filho lhe disser alguma coisa: ACREDITE!
NOTA: Ter um ambiente familiar saudável, adequado, de fácil escuta e diálogo fará com que as nossas crianças se sintam seguras, amadas, respeitadas e protegidas, para que, se algo acontecer, elas possam contar e procurar ajuda, sem medo de não acreditarem nelas.
Maria Futa – Psicóloga