Só na semana passada, a província registou 21 casos positivos, uma média diária de três, contra oito do período anterior, totalizando 69 infecções. Deste total, 30 são activos, 11 estão internados no centro da Cavanga II e 19 encontram-se em tratamento em casa.
O porta-voz da Comissão Multissectorial de Resposta à Covid-19 no Bié, João Campos, mostrou-se preocupado com o aumento da doença na região, culpabilizando a população por relaxar nas medidas de protecção.
De acordo com o médico, desde o primeiro caso registado na província, em Agosto, Bié nunca teve médias tão altas. Por esta razão apelou aos cidadãos a reforçarem as medidas de biossegurança.
Abordado sobre o assunto, o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa (GCII) do Ministério do Interior no Bié, José Daniel, disse que a Polícia não baixou a guarda, tendo sempre actuado nos termos do Decreto Presidencial.
Ainda assim, admitiu alguma redução de efectivos da Polícia Nacional (PN) e Forças Armadas Angolanas (FAA) na via pública, por considerar que já existe um nível de consciencialização das pessoas.
Sublinhou que tendo também em atenção o crescimento de casos, o número de efectivos voltará a aumentar nas ruas.
“Já recomeçamos a trabalhar na sensibilização, para desencorajar actos de desobediência”, adiantou.
Centro de reabilitação
O Centro de Reabilitação Física do Cuito foi obrigado, durante o ano que está a terminar, a aumentar a fabricação de órteses e próteses, face ao acréscimo da procura.
No mesmo período foram fabricadas 178 próteses, mais oito em relação ao ano passado, 216 órteses (mais 73), assim como realizadas 28.157 sessões de fisioterapia (mais 6.962).
Em declarações à Angop, o director do centro, Amândio Malengue, disse que o aumento da procura se deve ao facto das pessoas estarem confinadas na província, já que não podem deslocar-se a outros pontos, por conta da Covid-19.
“Normalmente, os portadores de deficiência migravam para várias localidades, quer para o interior da província, quer para a capital do país, à procura de melhores condições de vida, mas agora, com o confinamento, eles vêm em busca dos serviços desta unidade”, explicou o responsável.
Amândio Malengue, que falava durante o acto de entrega de nove cadeiras de roda a igual número de deficientes, referiu que em média são atendidos 130 pacientes por dia, das províncias do Bié, Huíla, Luanda, Malanje, Moxico e Cunene.
O responsável sublinhou que este ano foram atendidos 8. 232 pacientes (mais dois mil), nas especialidades de fisioterapia e ortoprotesia.
Amândio Malengue informou que os pacientes geralmente apresentam deformações da coluna vertebral, sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), bem como má formação congénita.
A entrega das cadeiras enquadra-se nas estratégias da instituição sobre a humanização dos serviços prestados à população.
Maria Teresa, em nome das beneficiárias, agradeceu o gesto e louvou o bom atendimento propiciado pelo Centro de Reabilitação Física.
De 30 anos, Maria Teresa foi vítima de paralisia flácida aguda em 2005.
Revelou que sobrevive de esmolas na via pública e apelou aos empresários locais para se solidarizarem com a instituição, na aquisição de material para o fabrico de órteses, próteses e outros em benefícios dos doentes.
Construído a 19 de Fevereiro de 1974, o centro visa garantir a promoção da saúde das pessoas, através da aplicação de próteses, órteses e sessões de fisioterapia.
Fonte:JA