Camponeses dos municípios do Andulo e da Nharêa, na província do Bié, estão satisfeitos com o retorno das chuvas nos últimos dias e mantêm esperanças em boas colheitas, apesar de lamentarem os prejuízos causados pela estiagem.
A ausência prolongada das chuvas provocou grandes constrangimentos à população, que pede apoio às autoridades. Para o agricultor António Chipunda, 54 anos, residente no município do Andulo, com o retorno das chuvas vai ser possível recuperar alguns produtos, como milho e feijão. “Esperamos que as chuvas continuem e que seja em todo o território da província, para que possamos ter boas colheitas”.
Domingos Gomes, agricultor da aldeia de Tarala, no município da Nharêa, disse que as chuvas que se abatem nos últimos dias sobre a região vão permitir o aumento da produção de milho e feijão. Margarida Chilombo, de 37 anos, camponesa do município da Nharêa, garante que, apesar de ter perdido parte significativa do cultivo de feijão, vai ser possível recuperar algumas plantações, como as de milho. “Apesar dos constrangimentos que surgiram nos últimos meses continuamos com a expectativa de que será um bom ano agrícola”. A província do Bié conta, para a campanha agrícola 2020/2021, com 477.340 hectares de terras aráveis. A previsão de colheitas é de 435.485 toneladas.
Meios de trabalho
Ao todo 30 ex-militares do município da Nharêa beneficiaram de instrumentos agrícolas e juntas de tracção animal, no âmbito do Programa de Reintegração Social em curso no país. Os meios foram entregues pela administradora municipal da Nharêa, Maria Lúcia Chicapa, no quadro do Programa de Desenvolvimento Local e de Combate à Fome e à Pobreza. Aos ex-militares da associação do bairro Ndunduma foram entregues nove cabeças de gado bovino para tracção animal e fomento da agricultura familiar, ao passo que os desmobilizados da aldeia Waleka beneficiaram de uma moagem semi-industrial, com capacidade para moer 600 quilos de cereais por dia.
A administradora municipal fez igualmente a entrega de 12 tanques de criação de peixe tilápia na aldeia de Caiombo. Maria Lúcia Chicapa disse, na ocasião, que a entrega dos meios visa melhorar a qualidade de vida dos desmobilizados de guerra e suas famílias.
Sublinhou ainda que pretende-se montar pequenas empresas geradoras de rendimento familiar e de prestação de serviço nas comunidades, bem como incrementar a produção agropecuária. A distribuição dos referidos meios abrangeu grupos de desmobilizados organizados em cooperativas e associações de mulheres viúvas e órfãos.
Fonte:JA