Casos de abate de elefantes com tendência a diminuir

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O Gabinete Provincial do Ambiente no Cuando Cubango está, desde Janeiro deste ano, sem registar casos de abate de elefantes nos parques nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana, devido ao reforço do patrulhamento dos fiscais ambientais.

Em declarações ao Jornal de Angola, o director do Gabinete Provincial do Ambiente, Júlio Bravo, explicou que, em relação aos anos anteriores, nesta época do ano o sector que dirige já teria registado o abate indiscriminado de mais de 20 elefantes, nos parques nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana, que constituem o principal pulmão do Projecto Transfronteiriço de Conservação Ambiental Okavango/Zambeze (KAZA), na componente angolana.

Sublinhou que, para contrapor as acções negativas dos caçadores furtivos, sobretudo zambianos e namibianos, foram colocados fiscais ambientais nas áreas onde mais aparecem animais de grande porte, com destaque para elefantes.   
Segundo Júlio Bravo, a caça furtiva na província ainda é uma grande preocupação, tendo em conta que os 135 fiscais ambientais são insuficientes para a fiscalização em toda a extensão do território do Cuando Cubango.

Acrescentou que os caçadores furtivos têm uma maneira de agir bastante dinâmica e controlam a fragilidade dos fiscais ambientais, tendo como preferência os locais onde os efectivos da sua instituição e os órgãos de Defesa e Segurança não conseguem chegar por falta de viaturas.
Júlio Bravo defendeu a necessidade da sua instituição ser reforçada, com pelo menos 500 fiscais ambientais e dez viaturas, para impedir a acção dos caçadores furtivos e de outros malfeitores que têm estado a cometer crimes ambientais.

Afirmou que em todos os municípios da província se regista o abate indiscriminado de animais para fins comerciais, com maior destaque para as localidades de Mavinga, Rivungo, Nancova, Cuito Cuanavale, Cuangar, Cuchi e Menongue.
Segundo Júlio Bravo, hoje os caçadores furtivos já não têm selecção de abate de animais, uma vez que tudo que lhes aparece (fauna terrestre ou aquática) é dizimado.

Informou que, desde Janeiro, a sua instituição, em coordenação com os órgãos de Defesa e Segurança, apreendeu mais de três mil quilos de carne seca de animais abatidos, que tinham como destino a capital do país, Luanda, para comercialização.

 
Espécies em via de extinção

Júlio Bravo disse que neste momento a sua instituição tem o registo de algumas espécies em risco de extinção, designadamente o rinoceronte, onça e leão, animais mais abatidos durante a guerra que assolou o país e também nos últimos tempos pelos caçadores furtivos.
Defendeu a necessidade de se criarem, o mais rápido possível, medidas para a protecção de animais que correm sérios riscos de serem extintos.

Júlio Bravo afirmou que há muitos anos que a sua instituição não tem o registo de pegadas e excrementos de rinocerontes na província, sobretudo no município do Rivungo.
“A caça furtiva é um assunto que nos tira o sono, sobretudo no interior dos parques nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana, tendo em vista o abate indiscriminado de muitos animais de pequeno e grande porte, com realce para elefantes, cabras do mato, javalis, jacarés e jibóias”, concluiu.

Fonte:JA

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