Em declarações à Angop, após a inauguração de uma das salas de internamento para crianças, a responsável disse que muitos pacientes não cumprem o calendário de tratamento por ser longo, pois o tempo varia entre seis a 20 meses.
Essa atitude, segundo Simília Chipilica, é reprovável, já que os doentes, que deixam de tomar os medicamentos, podem infectar outras pessoas. A responsável, médica de profissão, informou que 64 pessoas com a doença estão internadas no hospital, e mil e 585, entre as quais 209 crianças, recebem assistência ambulatória.
Doentes lamentam abandono
A médica fez saber que oito pacientes internados foram abandonados por familiares há quase seis meses, supostamente por estarem a recuperar lentamente. Adelaide Cassela, 45 anos, internada há quatro meses, disse que não compreende porquê foi abandonada por familiares.
“Simplesmente deixaram de aparecer e não tenho mais informações deles”, lamentou, enaltecendo a forma como o hospital está a tratar os doentes, “garantindo sistematicamente assistência médica e medicamentosa e as três refeições diárias”.
Por seu lado, Laurinda Cassova, também paciente internada, disse que há um mês que não recebe visita de parentes, estando, por isso, privada de alguns meios necessários para a sua recuperação. Com quadro diferente, Francisco Bundi, 21 anos , residente no município do Chinguar, recebe visitas regularmente de familiares.
O jovem contraiu a doença há dois anos e, em face da gravidade, deslocou-se à capital do Bié, Cuito, em busca de tratamento.
Remodelação e apetrechamento
A sala de internamento para crianças foi remodelada e apetrechada pelo grupo solidário local denominado “Amigos do Sorriso”, no quadro do Natal solidário. A instituição dispõe de oito salas de internamento e três pavilhões para terapia intensiva, assegurados por 70 funcionários.
Simília Chipilica disse que o hospital precisa, pelo menos, mais 30 técnicos de Diagnóstico Terapêutico e Enfermagem para responder às necessidades dos pacientes. A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa, causada por uma micro-bactéria (Bacilo de Koch) que pode infectar vários órgãos, como pulmão, pleura, ossos, sistema nervoso, linfonodos, intestinos e o sistema genito -urinário, cuja transmissão é directa de pessoa para pessoa , ao falar, espirrar ou a tossir.
Fonte:JA