O Banco Mundial (BM) antecipou, quarta-feira, um ligeiro crescimento da economia angolana de 0,4 por cento este ano, no mesmo dia em que a Comissão Económica do Conselho de Ministros previu a reversão do ciclo de recessão registado nos cinco anos anteriores, projectando uma expansão do Produto Interno Bruto de 0,2 por cento.
A estimativa do BM é avançada no relatório “Pulso de África”, uma publicação semestral publicada na quarta-feira, onde a instituição financeira internacional adianta que, depois da recessão em 2020 causada pela Covid-19, a África Subsaariana regista um crescimento 3,3 por cento este ano, uma evolução que se expande até 2023 e é impulsionada por uma expansão mais eficaz da vacinação.
No estudo, o BM apresenta as previsões económicas de 2021, 2022 e 2023 para a África Subsaariana, declarando que a região deverá sair da recessão relacionada às consequências da crise sanitária com um crescimento de 3,5 por cento em 2022 e 3,8 por cento no ano seguinte.
Esse crescimento, prossegue, inscreve-se numa lógica de retoma económica que inicia com um aumento do PIB de 3,3 por cento em 2021, uma alta que se deverá repartir diferentemente, segundo a estrutura das economias e a forma como foram afectadas pela crise da Covid-19.
Assim, Angola, Nigéria e a África do Sul, três países que o relatório considera “fortemente afectados” pela pandemia, quando as suas economias já estavam em crise, registam taxas de crescimento de 0,4, de 2,4 e 4,6 por cento, respectivamente, assim como a Costa do Marfim e o Quénia retomam com taxas de 6,2 e 5,0 por cento.
No resto da África Subsaariana (à excepção da Nigéria e da África do Sul), a taxa média de crescimento é de 3,6 por cento em 2021, de acordo com o documento.
Acesso às vacinas
Apesar de as previsões representarem valores mais elevados em relação a 2020, mantêm-se frágeis devido às baixas taxas de vacinação. “Um acesso expedito e equitativo a vacinas anti-Covid-19 seguras e eficazes é essencial para salvar vidas e reforçar o relançamento económico em África”, indica o economista-chefe para a região África do BM.
Segundo Albert Zeufack, uma distribuição mais rápida das vacinas permitirá acelerar o crescimento regional e elevar a expansão para 5,1 por cento em 2022 e 5,4 em 2023, bem como o aligeiramento das medidas de confinamento, estimulando o consumo e o investimento”.
Além da necessidade de os países da África Subsaariana adoptarem reformas estruturais e macroeconómicas em resposta à pandemia, o relatório considera ser importante desencadear reformas económicas que privilegiem os recursos menos poluentes.
Confrontados de forma crescente com os desafios das mudanças climáticas, os Estados da região deparam-se, segundo o BM, com um débil desenvolvimento de base, vulnerabilidades climáticas persistentes, acesso limitado à energia, bem como de forte dependência de sectores sensíveis às questões climáticas.
As dificuldades podem ser transformadas em oportunidades em caso de uma “transição económica verde”, uma fonte da criação de emprego, afirma o relatório.
Fonte:JA