Um dos maiores desafios que o MPLA enfrenta e tem fragilizado às estruturas do partido dos camaradas deve-se ao trabalho desenvolvido pela UNITA através da Brinde (Brigada de Informação e Defesa do Estado). A Brinde, serviços secretos da UNITA, atualmente são coordenados pelo general Kamalata Numa.
A UNITA alterou a designação da Brinde para Brigada de Informação Geral (BIG). A reativação da Brinde agora BIG, deveu-se a decisão dos dirigentes da UNITA, que olham para o SINSE, como uma instituição ao serviço do MPLA, cuja ação tem estado na base de alguns desequilíbrios políticos, sendo por isso necessário contrapor com ações similares.
As ações da Brinde tem sido desenvolvidas em ambiente favorável, desde o momento que passou a vigorar no MPLA a política de caça às bruxas, o que fez expurgar muitos dos seus mais fiéis militantes conservadores das políticas ideológicas do partido dos camaradas, optando por uma política de perseguição através da justificação do combate à corrupção com base no programa das eleições de 2017, “corrigir o que o está mal e melhorar o que está bem”.
João Lourenço ao tomar o poder, avaliou o ambiente político como sendo propício para fazer reformas profundas, criando deste modo a oportunidade esperada pela Brinde para que os seus agentes duplos pudessem militar no MPLA e rapidamente serem capultados nas altas estruturas estratégicas do partido dos camaradas.
Internamente o MPLA não possui uma equipa com capacidade de impedir a penetração dos infiltrados da UNITA, assim como de outros partidos. Muitos militantes do MPLA, confundem a realidade com a bajulação. No entanto, a fragilidade é claramente visível por falta de quadros com conhecimentos sobre a matéria de inteligência.
A UNITA definiu como alvo primário das ações de infiltração dos seus agentes, a penetração nas estruturas de base e Intermédias do partido dos camaradas. Foi desta forma que durante a realização das conferências dos distritos, municípios e províncias, antes das eleições gerais realizadas em 2022, o MPLA viu-se de mãos atadas nas mesas das assembleias de voto quando os supostos seus representantes viraram a casaca, e não defenderam os interesses do partido dos camaradas fazendo com que, na província de Luanda, a maior praça política do país, os resultados eleitorais fossem o que todos conhecemos.
A Brinde esta infiltrada em todas estruturas do partido dos camaradas. Muito recentemente, na segunda semana do mês de Julho a UNITA, pós em ação uma manobra estratégica de tirar o chapéu. A jogada combinada do partido do Galo Negro, pôs o líder da UNITA, Adalberto da Costa Júnior a fazer pronunciamentos para a sociedade, roubando a atenção pública das outras ocorrências, enquanto no interior dos bairros dos municípios da província de Luanda, às infraestruturas da UNITA estão a ser inauguradas, demonstrando o crescimento da UNITA perante a incapacidade do comité provincial do MPLA em Luanda.
De forma inteligente a Brinde por meio dos seus agentes duplos que se apresentam como sendo militantes do MPLA com cargos políticos, acionam o plano de afastamento dos verdadeiros militantes comprometidos com a causa do MPLA. O plano tem sido facilmente concretizado, através da ausência dos critérios de mérito para progredir no partido dos camaradas, o que tem permitido que os agentes da Brinde sejam tidos como às pessoas certas, pois através da bajulação exagerada, eles passam despercebidos para a maioria, porque de forma regular eles se disponibilizam de forma voluntária para realizar os interesses de quem tem poder nas estruturas do partido dos camaradas e desta forma, passam a ter poder de influenciar os altos dirigentes do MPLA, e ganham cada vez mais espaço e poder.
A infiltração dos agentes da Brinde também tem sido facilitada com o ingresso na JMPLA e na OMA, que são estruturas do MPLA. O SINSE “Serviço de Inteligência e de Segurança do Estado” também tem sido alvo, e vive a mesma situação o que tem facilitado o progresso das ações da Brinde.
O grupo de Conselho Presidencial e o Gabinete de Estudos e Análise de Adalberto Costa Júnior tem absorvido os oficiais da UNITA reformados que têm, também, a missão de mobilizarem os outros ainda no ativo para aderirem ao partido dos marinhos e agirem discretamente para fragilizar e derrubar o MPLA.
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