Artur aconselha ponderação no acto de constituição da Liga

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A Federação Angolana de Futebol (FAF) espera que a constituição da futura Liga de Clubes de Futebol seja um processo com estrutura homogénea, sustentável e que não morra à nascença, à semelhança do que aconteceu com alguns países africanos. Quem o diz é Artur Almeida e Silva, líder máximo da entidade reitora do desporto-rei no país.

Falando em declarações ao Jornal de Angola, na esteira de uma avaliação ao processo liderado pela Comissão Instaladora da Liga, presidido por Alves Simões, e a ANCAF (Associação de Clubes de Futebol), liderada por Tomás Faria (presidente do Petro de Luanda) e coadjuvado por Wilson Faria (Wiliete de Benguela), o presidente da FAF fez questão de confirmar haver contactos avançados com a FIFA, para que o projecto saia do papel.

“Já retomamos o processo com a FIFA. Tivemos uma reunião com um consultor indicado pela FIFA, no sentido de vermos os caminhos que temos de seguir, para conseguirmos atingir a Liga. Os caminhos a seguir não são só dos clubes”, esclareceu Artur Almeida, tendo enumerado alguns dos requisitos a serem cumpridos pelos participantes da futura Liga.

“Os clubes têm de se estruturar profissionalmente, ter departamentos profissionais ou SAD, de formas a que possam corresponder à necessidade da competição da Liga. Para isso, a Federação e a Liga têm de trabalhar para criarem condições técnicas e administrativas, em termos de regulamentação e não só. Este processo já começou com o primeiro encontro com o consultor da FIFA e vamos ter encontros subsequentes agora”, asseverou.

Apesar de admitir haver grande probabilidade de a gestão do Girabola passar para as mãos da Liga de Clubes de Futebol, Artur Almeida e Silva advertiu que a implementação pode durar mais tempo do que o previsto. “Acredito que a partir de Janeiro a FIFA vai continuar a colocar à nossa disposição o seu técnico, para que possamos continuar o trabalho de constituição da Liga, que pode durar algum tempo.

Uma Liga, gerida por uma entidade independente, apenas terá tanta sustentabilidade ou será um processo híbrido, em que a federação e esta entidade estejam juntas no sentido de fazer a gestão, para trazer sustentabilidade?”, questionou-se o presidente da FAF, para em seguida citar alguns exemplos de países que foram obrigados a retroceder, depois de já terem avançado com o referido modelo de gestão de campeonatos.

“Vejam o exemplo de Moçambique, que caiu praticamente a Liga, e de outros países que estavam num processo independente, mas que não conseguiram manter essa independência, pois tiveram de voltar junto ao Estado ou à federação, para que lhes proporcionasse o suporte necessário para continuar. Não é isso que queremos para a nossa futura Liga. Queremos uma estrutura que seja homogénea, híbrida e sustentável”.

Presidência da Cosafa

Artur Almeida confirmou, por outro lado, ter sido proposto para candidato à presidência da Cosafa. O dirigente federativo esclareceu que a iniciativa para a sua candidatura partiu de um grupo de presidentes da entidade reitora do futebol na região austral do continente.

“A candidatura é uma estratégia regional e não é de Artur Almeida. Fui proposto por um grupo de presidentes da Cosafa para concorrer e estamos a fazer este trabalho. Acredito que possivelmente na próxima semana já terei mais luz sobre isso, mas não é uma estratégia apenas minha”, revelou.

De acordo ainda com o presidente da FAF, a justificação para a candidatura de alguém falante da língua portuguesa prende-se com  o facto de os lusófonos nunca terem gozado de espaço na Cosafa em termos da sua liderança, contrariamente aos anglófonos, dominadores em termos da sua presença ao longo da existência da Cosafa.

“Há aqui esta estratégia no sentido de trazer maior união e outros actores, procurar garantir maior equilíbrio na distribuição dos projectos e interesses a nível da Cosafa. Daí a indicação do meu nome para possível presidente da Cosafa”.

Fonte: JA

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