O que o MPLA deve fazer para convencer o eleitorado de Luanda? Deve deixar de fintar a implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e organizar bem os concursos públicos nas administrações municipais, que passam pela queda dos administradores do Kilamba-Kiaxi, Cacuaco e Talatona.
Nhungu Paulina | Maianga
Um outro passo também importante para o MPLA sair vitorioso nas próximas eleições é trabalhar seriamente na implementação de políticas públicas para a juventude e evitar exclusão que se regista existe em algumas das famílias angolanas das origens Kikongo, Umbundo e Cokwe.
Cerca de 50 jovens foram impedidos de discutir a paz e a reconciliação em Angola, 20 anos depois dos acordos de paz entre o Governo angolano liderado pelo ex-presidente José Eduardo dos Santos e a antiga força militar da UNITA.
De recordar de algum tempo a essa parte o activista José Gomes Hata, um dos organizadores de um dos encontros, dizia na altura dos factos que o principal objectivo era celebrar o Dia da Paz de forma inclusiva. Daí que a organização do evento tenha convidado ao debate as igrejas, os partidos políticos, a Polícia Nacional, militares das Forças Armadas Angolana, a Associação 27 de Maio, jornalistas, activistas, viúvas, antigos combatentes, meninos de rua, órfãos de guerra, feministas, pan-africanistas, homossexuais, zungueiras e músicos.
Num certo comité municipal do partido no poder, a secretária do departamento das finanças, fez um apelo e recomendação que militante do MPLA num dos distritos urbanos de Luanda, que durante o processo de selecção dos futuros quadros para agentes eleitorais evitassem o enquadramento de cidadãos oriundos da etnia kikongo ou umbundo. Comportamento esse que criou um mau estar entre os primeiros secretários dos Cap’s e membros do referido comité municipal.
MPLA tornou-se “mais arrogante”
A fonte deste jornal afirma, por outro lado, que o crescimento económico do país, várias vezes considerado como um dos ‘ganhos da paz”, não se reflecte no desenvolvimento do angolano.
“Esta vitória militar que o MPLA conseguiu, tornou-o mais arrogante. Sabendo que conquistou a paz pela força das armas, o MPLA acha que tem o direito de oprimir, saquear, assassinar, num país que é de todos nós. Esta paz tem sido exclusiva e não inclusiva.
Também a construção de estradas, pontes e habitações tem sido considerada pelo Governo de Angola como os benefícios da paz. Mas, para a nossa fonte, com os 20 anos de paz no país, os angolanos continuam na miséria.
“Estes 20 anos de paz reflectem mais a miséria e a degradação do povo angolano. Em 20 anos de paz, o povo continua a sofrer bastante e o tal PIIM não faz nada de melhor, senão tapar apenas alguns buracos”.
Só existe o calar das armas
No entender de um dos jovens que preferiu falar sob anonimato, em Angola não há paz e muito menos a reconciliação nacional. Para o activista, o que existe no país é somente o calar das armas, tendo acusado mesmo que os críticos do Governo “Lourencista” têm sido alvo de perseguições.