O contrato de gestão dos Kero foi assinado na terça-feira, em Luanda, pela Zahara, a empresa que detinha a rede antes de arrestada pelo Estado, e a Anseba, dando lugar à oficialização da operação do grupo eritreu no início de Dezembro anunciado como vencedor do concurso de gestão da cadeia de hiper e supermercados.
Uma nota do IGAPE enviada, ontem, à nossa Redacção lembra que o contrato resulta do Concurso Público nº 05/IGAPE/21 para a Cessão do Direito de Exploração e Gestão da Rede de Hipers e Supermercados KERO, lançado a 15 de Julho de 2021, no qual participaram três concorrentes (Anseba, Alimenta Angola e Camarufi – Comércio Geral E Indústria, Limitada), vencido pelo primeiro.
O Contrato de Cessão do Direito de Exploração e Gestão da Rede de Hiper e Supermercados Kero foi assinado por um período de dez anos, sem opção de compra, incluindo 12 lojas com médias de seis mil metros quadrados de área de venda, oito localizadas em Luanda e quatro nas províncias de Benguela, Huíla e Huambo.
Além de prever a manutenção dos postos de trabalho, o contrato estabelece que a Anseba pague ao Estado um valor fixo anual de 1 452 milhões de kwanzas e uma componente variável de 3,0 por cento ao ano das receitas a serem geradas ao longo dos dez anos.
O secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, foi citado, ontem, na página electrónica do Ministério das Finanças, a considerar que o contrato representa um importante marco para a continuidade da operação de uma das principais redes de hipermercados a nível do país, bem como para o fomento do sector da distribuição e logística, enquanto vector imprescindível para o crescimento da economia nacional.
“A conclusão deste processo para a cessão do direito de exploração e gestão da rede hipermercados Kero, que foi realizado por via de um concurso público, é um importante testemunho da confiança dos investidores no futuro da nossa economia, em particular no sector em que está inserido, o qual se constitui de grande importância para as famílias angolanas, não só enquanto consumidoras, mas também enquanto produtoras de diversos bens agrícolas, artesanais e outros”, disse.
O secretário de Estado realçou a capilaridade da rede espalhada pelo país e o potencial que detém para “desempenhar um papel importante nas regiões em que se encontra instalada, apoiando de forma muito concreta o combate às assimetrias no país, pois vai reintegrar no imediato cerca de dois mil jovens nos seus postos de trabalho e, de igual modo, gerar renda e circulação do capital nessas circunscrições”
A rede de lojas Kero, anteriormente pertencente ao grupo Zahara e que passou à esfera do Estado no âmbito do processo de recuperação de activos, tem os direitos de exploração e gestão detidos pelo grupo Anseba depois da assinatura do contrato que teve como signatários Domingos Francisco e Miranda Cassule, pelo Grupo Zahara, enquanto que pelo Grupo Anseba rubricou o contrato Kalab Berhe.
Fonte: JA