Angola deve reunir maior capacidade para participar nas missões de paz internacionais e, de forma efectiva, na resolução de conflitos regionais, defendeu, ontem, em Accra, Ghana, o ministro das Relações Exteriores.
Téte António, que falava à imprensa no final da visita ao Centro Koffi Annan, que se dedica à formação de militares, polícias e civis para Operações de Manutenção de Paz das Nações Unidas, informou que o país está interessado nos serviços da referida instituição, sobretudo para aumentar o nível científico dos militares angolanos engajados neste tipo de missões.
“Por dedicar capital importância à resolução de conflitos na região, Angola tem de ter capacidade para suportar a própria acção, evitando recorrer aos secretariados de organizações internacionais em busca de apoio técnico, se for chamado para certas responsabilidades de gestão de conflitos”, afirmou.
Téte António garantiu que Angola já possui um “quadro legal” para integrar Missões de Manutenção de Paz, mas defende que o Exército angolano deve aperfeiçoar, cada vez mais, o conhecimento científico.
O ministro informou que foram feitos contactos exploratórios para o fortalecimento da cooperação entre Angola e a direcção do referido centro.
Segundo o ministro, Angola e o Ghana partilham posições comuns em relação à necessidade da segurança do Golfo da Guiné, daí ter salientado a importância da referida instituição na garantia de quadros para a protecção da orla marítima internacional.
O interesse de Angola pela instituição, sublinhou, surge pelo facto de a mesma ter “grande capacidade” de formar quadros militares e civis, dotando-os de capacidades em vários domínios, sobretudo em matéria de manutenção de paz e de gestão e resolução de conflitos.
“Procuraremos aproveitar as capacidades do centro em termos de preparação de forças militares e policiais para as Operações de Manutenção de Paz”, afirmou. Admitiu que nesta cooperação sejam os ghanenses a deslocar-se ao país, para minimizar os custos com a formação.
Balanço da visita
Sobre a visita de Estado do Presidente da República, João Lourenço, ao Ghana, o chefe da diplomacia considerou-a de “bastante positiva”, salientando que os dois Chefes de Estado tiveram posições consensuais sobre as questões abordadas. “Todas as opiniões expressas pelo Presidente João Lourenço foram bem acolhidas pelo homólogo ghanense”, afirmou o ministro, referindo-se, sobretudo, à questão defendida por João Lourenço, de África deixar de pensar ser potencialmente rica e passar a ser efectivamente rica.
Fonte:JA