Alta taxa de recuperação representa vantagem na luta contra a pandemia

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O especialista em Saúde Pública, Jeremias Agostinho, considera que a taxa de recuperação dos cidadãos que testaram positivo à Covid-19, ao situar-se em 92 por cento, é uma boa notícia e representa uma grande vantagem na luta contra a pandemia.

Desde Março do ano passado, até à data presente, Angola recuperou mais de 18 mil cidadãos. Luanda, o epicentro dos casos de infecção, concentra o maior número com 13.178 recuperações. Segue-se o Zaire com 655 casos notificados.
Em declarações ao Jornal de Angola, Jeremias Agostinho afirma que é claramente uma boa notícia e representa uma grande vantagem, atendendo que boa parte dos infectados de Covid-19 são assintomáticos.  “Por este motivo recuperaram com mais facilidade.

 Até agora não tivemos muitos casos críticos na gestão da pandemia no país”, disse. O especialista defende que a alta de recuperação não levar as pessoas a abrandar as medidas de protecção individual e colectiva para travar a transmissão do vírus. O abrandamento, segundo Jeremias Agostinho, trará novamente a ascensão da doença que se encontra controlada. “É preciso retornar a um novo normal, mas sempre implementando as medidas de prevenção e de etiqueta, necessárias no controlo da contaminação no seio das famílias”, declarou.

Em relação à taxa de letalidade que se situa em 2,4 por cento, o médico avalia como baixa, uma vez que há poucos doentes em estado grave e crítico. Na mesma linha, esclareceu que, nos últimos dias, mesmo os pacientes críticos têm recuperado.
“A taxa de mortalidade é baixa, comparativamente  às demais doenças infecciosas existentes no país”, disse. Jeremias Agostinho

Novas variantes do vírus

Decorridas três semanas desde o início dos testes pós-desembarque aos passageiros provenientes do exterior, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o especialista em Saúde Pública defende que já se devia saber se há ou não no país as novas variantes do vírus. Jeremias Agostinho adianta ainda que pode haver um aumento de novas infecções de Covid-19, mas o número de mortes, ainda assim, é muito reduzido.

“A medida seria encerrar as fronteiras, por uma ou duas semanas, e comprar os reagentes para posterior reinício do processo de testagem aos passageiros”, sugeriu. A nova estirpe, disse, infecta mais e mata menos. Acrescentou que o nosso problema já não deveria ser o elevado número de casos positivos e com elevado número de mortes, porque 92 por cento das pessoas infectadas são assintomáticas e em cada 100 apenas duas morrem. Jeremias Agostinho lembra que, por exemplo, há outras doenças no país que matam muito mais pessoas, contrariamente à Covid-19. “A preocupação não é ter menos ou mais infecções, porque os assintomáticos estão em casa e menos de 200 pessoas estão internadas”, referiu.

Medidas locais em função do contexto

Em termos de óbitos, a realidade vivida em Angola é quase extensiva a toda África Subsaariana, contrariamente ao continente europeu que enfrenta situação delicada, muito por conta da população envelhecida. “O aumento de casos que está a surgir naquele continente não é só consequência da nova variante, mas sobretudo, do comportamento das medidas adoptadas em muitos países durante a quadra festiva e curto período que tiveram”, explicou o especialista. Segundo Jeremias Agostinho, é preciso ter algum cuidado quando adoptamos medidas da Europa para a realidade africana. Sugere, por outro lado, que as medidas devem ser locais em função do actual contexto.

Fonte:JA

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