África não é prioridade

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Um continente que contribui para a riqueza mundial com menos de 2% , onde impera o analfabetismo, a fome, a delapidação do erário, corrupção desenfreada e onde a hierarquização do saber é uma nulidade, não deve ser priorizado, pelo que se deve depreender com o início desse Programa de Vacinação. 

O início da campanha veio, igualmente, demonstrar a nulidade da União Africana para as opções estratégicas do continente. Para o nosso caso, os dados estatísticos  da Covid-19, apresentados diariamente, também não ajudam para a avaliação do nosso perfil epidemiológico relativamente à pandemia.

As variações assimétricas dos dados estatísticos não permitem uma interpretação fiável para aferirmos se estamos em curva epidemiológica ascendente ou descendente, pois, tem de se dizer quantos testes são realizados diariamente no país e o seu valor tem de ser constante, para que, quando apresentados os dados positivos, se saiba o perfil da amostragem, caso contrário será uma navegação à vista. 

Até agora não consigo perceber porque é que não há declaração de transmissão comunitária do vírus Sars-Cov-2 em todo o território nacional e qual é verdadeiramente o nosso factor epidemiológico (R ), que nos dá o nível de transmissibilidade da doença numa determinada epidemia. Boas entradas e que 2021 seja de muito diálogo, debate e concertação, principalmente ao nível do conhecimento científico. Não há pensamentos únicos, há que hierarquizar o saber, enquanto nossa principal fonte de riqueza.
A politização do conhecimento científico tem sido o grande factor para o atraso estrutural do continente africano.       
* Médico
Matadi Daniel|*

Fonte:JA

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