Acusado de ser burlador: Empresário Júnior Mawete ‘contrata’ agentes da DIIP para torturarem jornalista e director do portal Factos Diários

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O empresário Júnior Mawete está a ser acusado de ter patrocinado agentes da Polícia Nacional, afectos a Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), colocados na 1ª Esquadra, localizada na Ilha de Luanda, para turturarem o jornalista e CEO do Portal Factos Diários, Isidro Kanganjo, situação que terminou em ferimentos graves na cabeça e hematomas em várias regiões do corpo, bem como a subtração de valores monetários em posse do mesmo durante a detenção arbitrária.

De acordo com o jornalista Isidro Kanganjo, o empresário angolano, radicado em Portugal, que é acusado, de acordo com fontes do Portal de Notícias Lil Pasta, de ter burlado alguns empresários angolanos em mais de 500 mil dólares, terá pagado agentes da DIIP para o torturarem pelo facto do empresário entender que o jornalista terá sido o responsável de matérias publicadas a seu respeito.

De acordo com o portal Lil Pasta Mawete Júnior, terá surrupiado 500 mil dólares de parceiros em Angola e, desde que se apossou do dinheiro dos parceiros angolanos, usa a mentira para não pagar as dívidas das burlas, tendo, inclusive, deixado de atender o telemóvel.

Entretanto, ao ver a matéria publicada no Portal Lil Pasta, diz o jornalista Isidro Kanganjo, o empresário contactou-o no sentido de mediar e interagir com o responsável do portal Lil Pasta, a fim de se retirar o artigo do ar, pelo facto do empresário sentir que tal notícia manchava a sua reputação. Neste interím, o jornalista contactou a direcção do portal, tendo esta feito a cobrança de uma certa quantia monetária para materializar o pedido do empresário. Em gesto de responsabilidade e transparência, Isidro Kanganjo reportou a situação ao empresário tendo reencaminhado mesmo as mensagens trocadas como sinal de que a cobrança não vinha dele, mas dos responsáveis do site de notícias onde a referida matéria tinha sido publicada.

Isidro Kanganjo referiu que o empresário agendou o encontro com ele, para fazer entrega dos valores, a fim de se efectuar o depósito ao beneficiário (Lil Pasta), residente no Brasil.

Ferimento das agressões que o jornalista Isidro Kanganjo foi vítima em plena esquadra policial. (DR)

O embuste

Posto no local combinado, narra o jornalista, foi surpreendido por um grupo de agentes da Polícia Nacional, afectos a Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) que, sem mais nem menos, partiram logo para a violência gratuíta.

“Eu me identifiquei, pois estava com a Carteira Profissional de Jornalista, e expliquei que me encontrava no local a espera do empresário Júnior Mawete, com quem tinha combinado um encontro. Embora tenha tentado mostrar as conversas telefónicas por via whatsaAp, mantida com o empresário, os agentes da DIIP, não quiseram saber. Um dos agentes identificado apenas pelo nome de ‘Barba Branca’ e um outro senhor identificado também apenas por ‘Neto’, todos da 1ª Esquadra de Luanda, sita na Ilha do Cabo, disseram se tratar de uma operação a mando do Ministro do Interior, General Eugênio Laborinho e do Comandante-Geral da Polícia Nacional”.

Empresário Júnior Mawete, acusado de ter sido o mandante das agressões contra o jornalista. (DR)

Momentos de terror e agressão gratuita

Segundo contou a vítima, na 1ª Esquadra da Polícia Nacional, na Ilha de Luanda, o agente ‘Barba Branca’, submeteu o jornalista a tortura física, tendo desferido vários golpes de porretes nas mais variadas regiões do corpo tendo causado um ferimento grave na cabeça e hematomas em várias partes do corpo. “Na sequência o algoz foi recebendo telefonemas do suposto mandante, o empresário Mawete Júnior, sendo que, este respondia apenas ‘sim chefe, tá bem Dr’”.

O jornalista que teme pela sua segurança e da sua família, coloca tudo sob responsabilidade do agente ‘Barba Branca’. “A minha segurança esta nas mãos do senhor ‘Barba Branca’, que não tenho dúvidas que tinha outras motivações que não sejam profissionais, mas sim, ao serviço do empresário Mawete Júnior, porque durante a conversa telefónica apenas dizia: sim, está bem Dr”.

Durante a tortura, o agente solicitava que o jornalista dissesse o nome dos donos dos sites de notícias que publicaram o conteúdo sobre o empresário, sendo que, estes estão identificados, facto que deixou Isidro Kanganjo, ainda mais perplexo.

Hematomas das agressões que o jornalista Isidro Kanganjo foi vítima em plena esquadra policial. (DR)

Um roubo em plena esquadra

O jornalista denunciou ainda que viu os seus pertences retirados à força, entre eles, o cartão multicaixa, tendo sido obrigado a revelar o código PIN. “Depois disso, subtraíram da minha conta bancaria mais de 100 mil kwanzas”, garante.

O jornalista explicou que o acto do agente ‘Barba Branca’, supostamente não era do conhecimento do chefe da DIIP local, por ter sido este responsável do posto, que o terá ouvido e entendido que o mesmo estava a ser vítima de uma cabala. Neste sentido, ordenou a sua soltura.

O jornalista Isidro Kanganjo frisou que apenas tentou ajudar, visto que o empresário parecia bastante preocupado com as matérias publicadas a seu respeito. “Eu não chantageei ninguém e isso não faz parte do meu perfil. Tudo que aconteceu fi-lo em resposta do pedido implorável do tal empresário que se sentia prejudicado por causa dos artigos que foram publicados”, disse.

O jornal o Estado News contactou o empresário Júnior Mawete, para o devido contraditório. Este por sua vez, negou ter contratado os agentes da Polícia Nacional, para tal efeito. “Eu, pessoalmente desconheço este assunto, eu não vivo em Angola essas acusações não me dizem respeito”, garantiu.

Ferimento das agressões que o jornalista Isidro Kanganjo foi vítima em plena esquadra policial. (DR)

Questionado se tomou conhecimento da agressão policial contra o jornalista, o empresário respondeu: “Queriam sujar a minha imagem com publicações falsas. Sei que o intuito era manchar a minha imagem”.

Questionado se manteve contacto com o jornalista Isidro Kanganjo, o empresário respondeu: “O senhor Isidro, que nem conheço pessoalmente, é quem usou a sua página para publicar a minha idoneidade profissional e acusar-me de burlador”.

O empresário fez saber ainda que o jornalista terá sido abordado pelo seu assistente que reside em Londres, facto desmentido pelo próprio jornalista.

Até ao fecho desta matéria embora tenha sido contactada, a Polícia Nacional ainda não tinha tomado nenhuma posição, pelo que continuaremos a acompanhar o desenrolar deste assunto.

C/EN e Agências

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