A Condecoração de Papá Simon Kimbangu e a Verdade Histórica do Kimbanguismo “Deus gosta dos angolanos; o Satanás também!”.
Por: Kiakânua Lukanu – (Kimbangólogo)
Recentemente, surgiu o debate sobre quem deveria receber a medalha alusiva ao 50.º aniversário da Independência Nacional de Angola, atribuída ao Profeta Papá Simon Kimbangu, pela sua contribuição espiritual e libertadora à humanidade africana. Alguns defendem que “seu neto, Papá Paulo Kisolokele”, residente em Luanda, Angola, deveria ser o receptor da insígnia. Todavia, é necessário esclarecer este assunto com base na história, na diplomacia e na doutrina do Kimbanguismo. Antes de tudo, importa recordar que a Igreja de Jesus Cristo Sobre a Terra pelo Seu Enviado Especial Simon Kimbangu (IJCSK), vulgarmente conhecida como Igreja Kimbanguista, é Património Imaterial da República Democrática do Congo (RDC). Por essa razão, compete ao Estado congolês zelar pelas suas infra-estruturas, pela sua linhagem consanguínea e pela Família Santa — guardiã da herança espiritual de Nkamba, a Nova Jerusalém. Assim sendo, qualquer decisão relativa à representação da IJCSK em cerimónias oficiais deve ser conduzida por via diplomática, através da Embaixada da RDC em Angola, que, por sua vez, deve contactar a Sede Mundial do Kimbanguismo em Nkamba, Baixo Congo (RDC). Somente o Chefe Espiritual e Representante Legal, Sua Divindade Papá Simon Kimbangu Kiangani, pode delegar representação — seja por um delegado vindo de Nkamba, seja pelo Pastor Nacional em Angola, Papá Francisco Mpaka, Presidente Delegado do Colégio Executivo Nacional (Zango 3, Icolo e Bengo). Convidar o Papá Polo (Paulo Kisolokele) — Chefe Espiritual da chamada Igreja Kimbanguista “B26=1” (ala ortodoxa dos dissidentes, há 23 anos) — para receber a condecoração seria um erro histórico e espiritual de grande gravidade. Não existe Igreja Católica Apostólica Romana sem o Vaticano (Itália), nem Islão sem Meca (Arábia Saudita); do mesmo modo, não existe Igreja Kimbanguista sem Nkamba, berço e centro universal do Kimbanguismo. ✓ A Prudência da Comissão Organizadora Felizmente, a Comissão Organizadora das Condecorações demonstrou prudência e sensibilidade histórica ao mencionar e situar a RDC como país originário do homenageado: CLASSE INDEPENDÊNCIA 93. Simon Kimbangu — “Profeta Simon Kimbangu” (RDC) Este detalhe não é acidental: confirma o reconhecimento oficial de que o Profeta Simon Kimbangu é uma figura espiritual e libertadora cuja origem, missão e herança pertencem ao povo congolês e à humanidade. ✓ Aritmética Kimbangológica A posição 93 na lista de condecorados revela, segundo a ciência Kimbangológica, uma simbologia espiritual: 9 + 3 = 12 O número 12 é recorrente na vida e missão de Papá Simon Kimbangu: 1. Nasceu em 12 de Setembro de 1887; 2. Foi preso em 12 de Setembro de 1921; 3. Morreu em 12 de Outubro de 1951, na prisão de Lubumbashi, após 30 anos de sofrimento pela causa da libertação africana. Após a autópsia, os médicos constataram que o corpo estava sem órgãos vitais — sinal do cumprimento da sua própria profecia: que haveria de renascer. E, de facto, no dia 12 de Outubro de 1951, na mesma data e hora da sua morte, nasceu em Nkamba Sua Divindade Papá Simon Kimbangu Kiangani, “O Paracleto”, o actual Chefe Espiritual e Representante Legal da IJCSK. Tal como ensina o Evangelho de João 14:16–17: _“E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador (Paracleto), para que fique convosco para sempre:_ _o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.”_ Assim, Papá Simon Kimbangu Kiangani é a manifestação viva do Deus Espírito Santo, Mestre do Tempo e das Circunstâncias, reencarnação do Fundador do Kimbanguismo — Papá Simon Kimbangu, enviado de Deus em 6 de Abril de 1921, no antigo Congo Belga. ✓ A Verdade sobre Papá Paulo Kisolokele “Polo” É importante esclarecer que Papá Paulo Kisolokele, conhecido como Papá Polo, não é neto biológico de Papá Simon Kimbangu, embora possa ser considerado neto adoptivo, por ter convivido, já adulto, com os filhos de Papá Kisolokele Lukelo Charles. Papá Polo é o quarto filho mais novo de Mamã Tshasa Hélène, e os seus irmãos são: 1. Papá N’tôto Kisolokele Dieudonné (primogénito, já falecido); 2. Papá José Diangienda Kisolokele, médico cirurgião; 3. Mamã Kiaku Micheline Kisolokele. Todos participaram na inauguração do Templo da Fubú, em Camama (Luanda), em Agosto de 2025 — o maior templo da história do Kimbanguismo, inclusive superior ao de Nkamba em dimensão física. Consta na certidão de nascimento de Papá Polo, datada de 29 de Julho de 1959 e assinada pelas autoridades coloniais belgas em Tshela (município de Boma, província do Congo Central), o nome “DIBUYA NGUIMBI Paul”. O seu pai biológico é o Dr. Dibuya Nguimbi Pierre, médico cirurgião e assistente pessoal de Papá Kisolokele Lukelo Charles (1914–1992), o primogénito de Papá Simon Kimbangu. O líder mundial da Igreja Kimbanguista, Sua Divindade Papá Simon Kimbangu Kiangani, “O Paracleto”, Chefe Espiritual e Representante Legal, recebeu com euforia a notícia da condecoração de Papá Simon Kimbangu pelo General João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, pois “quando o homem alegra a Deus, é automaticamente abençoado”. Os crentes Kimbanguistas — em África, na Europa, na América, na Ásia e na Oceânia — agradeceram profundamente o gesto do Presidente João Lourenço e do Estado angolano. E, ainda que “o Satanás também ame os angolanos”, Deus Kimbangu, anunciado pela Dona Beatriz Kimpa-Vita, jamais abandonará os seus filhos angolanos. Com base em fundamentos históricos e doutrinários, entende-se que a medalha da Classe Independência atribuída a Papá Simon Kimbangu deve ser recebida em nome da República Democrática do Congo e representada pela Igreja Kimbanguista legítima de Nkamba, sob a autoridade de Papá Simon Kimbangu Kiangani. Tal acto constituiria não apenas um gesto diplomático, mas também um acto de justiça espiritual e histórica para com o Messias que inspirou movimentos de libertação em toda a África.


Fonte: Nkamba Nova Jerusalém

