A partir de Agosto, a fábrica da Textang II prevê produzir 800 mil metros de tecido por mês, contra os actuais 250 mil metros, anunciou ontem, em Luanda, o presidente do Conselho de Administração da empresa Investimentos e Participações (IEP).
Jorge Amaral que falava à imprensa, à margem da visita que o ministro da In-dústria e Comércio, Victor Fernandes, efectuou à unidade, disse que apesar do mercado nacional ainda não fornecer matéria-prima (algodão), a empresa tem um stock que vai cobrir um período de três meses.No quadro das privatizações de algumas fazendas que tinham participação do Estado, anunciou o gestor, a empresa concorreu e adquiriu o pólo Agro-Industrial do Quizenga (Malanje), que estará totalmente focado para a produção de algodão, num perímetro irrigado de cinco mil hectares.
“Com estes resultados, desejamos cumprir com a auto-suficiência em Angola, na cadeia têxtil, porque sem produção não há competitividade no sector”, sublinhou, depois de informar que actualmente, a empresa importa do Chade e Benin, a matéria-prima.Em quase 80 dias de funcionamento, disse, muito já foi feito, tendo destacado a inserção de 120 trabalhadores da antiga Textang II. Nos próximos quatro meses, informou, a fábrica pretende, também, aumentar para 370, o número de trabalhadores.
Fomento da indústria
Na ocasião, o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, conside-rou positivas as acções que estão a ser desenvolvidas na unidade.”Estas constatações serão realizadas várias vezes, no sentido de garantir que as condições que estiveram na origem da privatização se mantenham”, apontou.Acrescentou que nas três indústrias, será edificado um cluster empresarial ligado ao ramo têxtil, iniciando com a produção da matéria-prima localmente, uma acção que vai contribuir para o aumento da empregabilidade.
Sobre a matéria-prima, o ministro da Indústria e Co-mércio garantiu total apoio, numa parceria e colaboração com o Ministério da Agricultura e Pescas. Revelou que as empresas gestoras das unidades têxteis estão “contratualmente obrigadas” a produzirem a matéria-prima ou fomentarem a sua produção internamente, criando condições para que a agricultura familiar esteja integrada. “Enquanto se desenvolve o processo de produção da matéria-prima, as fábricas vão recorrer à importação de algodão para manterem o funcionamento das indústrias, mas foram orientados de forma contratual, a garantirem e fomentarem a produção em Angola”, frisou o ministro Victor Fernandes.
Dados indicam que, numa primeira fase, a empresa tem uma carteira de investimentos na cadeia têxtil (desde a produção primária à industrial) na ordem de 55 milhões de dólares.A fábrica têxtil Textang II, localizada no município do Cazenga, foi recentemente privatizada, no âmbito do Programa de Privatizações Integral e Parcial de Empresas Públicas (PROPRIV).
Fonte:JA