Angola beneficiou de um financiamento do Fundo Global no valor de 82,6 milhões de dólares, para o combate à malária, tuberculose e VIH/Sida. O apoio representa um aumento de 56 por cento, se comparado à última verba alocada de 52 milhões de dólares.
O anúncio foi feito, hoje, durante uma reunião, por videoconferência, entre o Ministério da Saúde (MINSA) e o Fundo Global, com a participação de representantes do sector em Benguela e Cuanza-Sul, províncias que vão beneficiar do apoio no plano de implementação 2021/2024.
Segundo o gestor da Carteira de Fundos da organização financeira internacional, Joshua Galjour, o acréscimo do valor habitualmente adjudicado é consequência “da confiança renovada no Governo de Angola e a disposição de continuar o trabalho com o Ministério da Saúde”. E acrescentou: “A nossa esperança é a de que estes recursos possam ter uma maior cobertura para as três doenças em populações das províncias prioritárias”.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, reiterou o cumprimento rigoroso das regras do Fundo Global para a implementação dos programas financiados e enalteceu o “aumento significativo” das verbas.
“Recebemos a comunicação de que tinha sido aprovada esta alocação de 82,6 milhões de dólares, que superou as expectativas. É sinal de que há uma confiança do Fundo Global em Angola e no Governo angolano, para a implementação destes projectos”, disse.
Sílvia Lutucuta sublinhou, por outro lado, o facto de a parceria com a organização financeira internacional remontar ao ano de 2005. “É um parceiro estratégico. A implementação desta nova subvenção vai ser diferente das outras, que tinha uma abrangência nacional. Agora temos uma subnacional, pois o Fundo Global vai financiar o combate às três doenças nas províncias de Benguela e Cuanza-Sul. Além do apoio com o tratamento e diagnóstico, também haverá uma componente comunitária muito forte. Vamos trabalhar, fundamentalmente, na prevenção e no controlo destas doenças”, garantiu.
Seis milhões no combate à Covid-19
Paralelamente ao financiamento anunciado para o combate ao VIH/Sida, tuberculose e malária, a ministra da Saúde informou que o Fundo Global apoiou, igualmente, com 6,2 milhões de dólares, traduzidos em materiais de laboratório e de biossegurança, no âmbito das medidas de prevenção e combate à Covid-19.
Sílvia Lutucuta disse haver, entre os apoios, a disponibilização de material de testagem, desde reagentes para RT-PCR, a equipamentos do Instituto de Luta contra a SIDA, Hospital Militar e o Laboratório de Benguela. “Vai haver uma contribuição valiosa de testes rápidos e há a previsão de, nos próximos tempos, também, fazerem a aquisição de materiais de biossegurança. Tem sido um trabalho de louvar e eles (Fundo Global) têm feito estas doações”, sublinhou.
O Fundo Global, recorde-se, é uma organização financeira internacional criada em Janeiro de 2002, com o objectivo de angariar e distribuir recursos adicionais para prevenir e tratar doenças como o VIH/Sida, tuberculose e malária.
Fruto de uma parceria público-privada, o Fundo Global é considerado o maior financiador mundial de programas de luta contra o VIH/Sida, tuberculose e malária.
O presidente do Conselho do Fundo Global, Donald Kaberuka, visitou Angola em Janeiro do ano passado, tendo manifestado a disponibilidade para trabalhar com o Executivo angolano e outros parceiros na criação de políticas e programas destinados ao combate, com eficácia, da malária, tuberculose e VIH/Sida.
Depois de ser recebido, em audiência, pelo Presidente da República, João Lourenço, Donald Kaberuka disse ter manifestado ao Chefe de Estado o interesse do Fundo Global trabalhar com as autoridades angolanas, mais concretamente com o Ministério da Saúde, na elaboração de um roteiro que sirva de base para a erradicação das três pandemias e o reforço do sistema de saúde. “Com a elaboração deste roteiro, Angola estará em melhores condições para erradicar a malária, tuberculose e VIH/Sida e reforçar o sistema de saúde”, declarou Donald Kaberuka.
Fonte:JA