Destruição de dois postos de transformação de energia eléctrica (PT’s) com capacidade de 630 KVA cada, deixam às escuras mais de 450 residências e ruas da Centralidade do Kalwenda, município do Cazenga, em Luanda.
Luís Caetano|Cazenga
A Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE) dá conta que dos dois postos de transformação vandalizados pelos marginais, com capacidade de 630 KVA, causou danos avaliados em 396 milhões de Kwanzas.
Segundo o director de exploração e manutenção da ENDE, em Luanda, Enoch Costa, não se sabe quando foi realizado o pilhagem, que só foi descoberto no último fim de semana quando técnicos da empresa realizavam trabalhos de manutenção nas referidas zonas por falta de iluminação. Esse é o caso mais atípico, sobre a destruição de dois postos de transformação de energia eléctrica (PT’s) com capacidade de 630 KVA cada.
Enoch da Costa, em declarações ao Jornal Continente, durante uma visita de constatação no local, disse que os 19 PT’s foram instalados para atender a área comercial, ainda em conclusão no projecto, e apenas os dois postos de transformação forneciam luz eléctrica às residências e aos outros serviços sociais da Centralidade.
O director de exploração e manutenção da ENDE, Enoch Costa, fez Saber que os desconhecidos que danificaram as infraestruturas eléctricas são pessoas que dominam os métodos para retirar o cobre, material valioso comercializado no mercado negro, causando prejuízos ao Estado angolano.
O administrador municipal do Cazenga, Tomás Bica, fez saber que o Ministério da Construção já tem a orientação do Executivo para dar continuidade às obras para a conclusão dos edifícios da Centralidade do Kalwenda e solicitou as forças de defesa e segurança no sentido de multiplicarem a vigilância no sentido de pôr cobro esta situação que tem tirado o sossego aos moradores, pois os actos de vandalismo criam dificuldades na distribuição de água potável e energia aos moradores da Centralidade.
Fez saber ainda que o empreiteiro vai começar a montar o estaleiro nos próximos dias para concluir mais de 300 apartamentos, cujas obras encontram-se paralisadas há mais de três anos.
Moradores desesperados
Pedro André, pertencente a comissão de moradores da referida centralidade, disse ao Continente que tem sido frequente aqui na zona o roubo e a destruição dos PTs, sobre olhar impávido da polícia. “Estamos preocupadas com a falta de energia, os produtos (perecíveis) estão a estragar na geleira, e que estamos a deitar fora, estamos a pedir que o Governo vele por esta situação”.
Maria de Assunção, aposentada, mais conhecida por dona Melucha, irritada com a situação fez saber que, os amigos do alheio destroem e fazem de tudo, mas infelizmente a polícia nunca faz nada para pôr cobro essa situação que tem tirado o sossego aos pacatos moradores desta centralidade.
“Estamos a viver momentos difíceis com a falta de energia aqui na centralidade, pedimos encarecidamente a quem de direito no sentido de repor o funcionamento dos PTs que foram danificados e poderemos regressar a anormalidade” fez saber dona Maria.
A primeira fase do projecto de requalificação do Cazenga teve início em 2013, tendo sido concluídos mais de 380 habitações, entre as quais 128 apartamentos e 152 vivendas geminadas, num universo de duas mil 770 residências previstas.
A segunda fase, iniciada em 2014, compreende a construção de 954 habitações, dos quais 23 edifícios de quatro andares, 16 apartamentos por edifício e 16 vivendas geminadas, mas as obras estão paralisadas. Para que possam entender, estão em conclusão os edifícios com apartamentos da tipologia T2 e T3, bem como as vivendas T3 e algumas lojas.