O bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, Basílio Sanca, afirmou, ontem, que membros da organização foram impedidos de aceder à sede, um dia após o ultimato da Presidência para abandonarem o edifício, e admite uma queixa-crime contra o Chefe de Estado.
Na semana passada, segundo a Lusa, a Presidência da Guiné-Bissau intimou a Ordem dos Advogados a abandonar, até domingo, a sua sede, situada a escassos metros do Palácio da República, alegando questões de segurança no local de trabalho do Chefe de Estado guineense.
No sábado, a Ordem dos Advogados decidiu, numa Assembleia-Geral Extraordinária, que não iria acatar o ultimato, com a argumentação de que o imóvel pertence à organização e que lhe foi dado pelo Estado guineense. A Ordem dos Advogados apenas admite abandonar o local mediante um despacho do Governo a expropriar o imóvel.
De acordo com Basílio Sanca, a sede está vedada aos advogados e os portões de acesso têm cadeados. O bastonário liderou uma comitiva de dezenas de advogados que foi depositar no tribunal uma providência cautelar para pedir a suspensão da decisão da Presidência da República, mas Basílio Sanca admite avançar com uma queixa-crime contra o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
“Estamos aqui a exigir que o Presidente da República respeite o Estado de Direito como jurou defender a Constituição da República e as demais leis da República. Estamos aqui para cobrar o voto do povo guineense e todos os juramentos que ele fez”, notou Basílio Sanca.
O líder dos advogados guineense disse que a Ordem pondera “ir mais longe” com o assunto, sem, no entanto, especificar que medidas vai adoptar. Basílio Sanca aguarda que “o Presidente da República reconsidere a sua posição” e anunciou que nos próximos tempos a Ordem dos Advogados vai funcionar no seu escritório em Bissau.
PGR instaura processo à morte de activista
A Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau instaurou um inquérito para apurar responsabilidades de pessoas sobre a morte do activista social e ex-presidente do Movimento de Cidadãos Inconformados, Bernardo Catchura, disse fonte da instituição, citada pela Lusa.
Em conferência de imprensa, a vice-Procuradora- Geral da República, Teresa Mendes, anunciou a abertura do inquérito e pediu calma aos amigos e familiares de Bernardo Catchura que morreu na passada sexta-feira, aos 39 anos.
Fonte:JA