O governador provincial de Benguela defendeu, ontem, a criação de uma classe empresarial forte, sólida, criadora de riqueza e capaz de proporcionar empregos para os angolanos, sem a interferência político-partidária.
Rui Falcão considera que a promiscuidade entre políticos e empresários gera corrupção, pelo que apelou aos que exercem funções de responsabilidade política no MPLA e no Governo a deixarem os empresários trabalharem, criando as condições para crescerem, sem serem sócios.
“Temos que saber separar o trigo do joio. Quem é político que fique na política e quem quer ser empresário que o faça e que seja ele próprio a criar esta riqueza. Claro, com o apoio, sempre que possível, do Estado, mas sem parcerias despropositadas para facilitar a vida, porquanto todos têm de estar no empresariado em igualdade de circunstâncias”, advertiu.
O governador de Benguela lembrou que no mundo dos negócios sempre existiu grande, médio e pequeno empresário, mas que muitos nunca passaram de pequenos e, ainda assim, vivem com dignidade. Contudo, realçou que os grandes empresários estarão sempre na mó de cima, salvo se cometerem erros graves nessa actividade.
“Não tenhamos inveja de quem tem riqueza. Se a criou com honestidade, que desfrute dela e que seja feliz. Agora, se nos roubou, que nos devolva o que roubou. É este espírito que devemos ter. Queremos ter muitos angolanos ricos e que, fruto do seu trabalho, sejam condutores deste país”, sublinhou.
Reconheceu que muitos terão dificuldade de encarar este processo com naturalidade. Todavia, reforçou a ideia de que compete ao Estado pôr ordem na casa e governar para o povo, mobilizando recursos para a melhoria da qualidade de vida.
Fonte:JA