Do total de 452 inquéritos validados, no mês de Novembro, pelo Banco Nacional de Angola, no quadro da situação das empresas nacionais afectadas pela pandemia da Co-vid-19, apenas 0,2 por cento, ou seja cerca de uma, declarou ter fechado definitivamente as portas, contra os 0,7 por cento do mês anterior, o que representa quase três.
Foram registados ao todo 467 submissões do inquérito, repartidas por classe de dimensão em micro empresas (198), pequenas empresas (178) e médias empresas (76).
Segundo o mais recente relatório publicado ao meio da semana finda, do ponto de vista da recuperação do negócio como antes da situação da pandemia, 40,9 por cento das empresas (+2,8 pontos percentuais face o mês anterior) consideraram ser necessário um período relativamente curto (até um ano) para a recuperação da actividade na sequência da pandemia da Covid-19, ao passo que 21,9 por cento das empresas indicaram ser necessário um período de mais de um ano.
O relatório do BNA explica que, em Novembro de 2020, cerca de 65,0 por cento das empresas inquiridas se mantiveram, parcialmente, em funcionamento, 12,2 temporariamente encerradas e 22,6 em funcionamento como antes da situação da Covid-19 (+2,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior).
O encerramento temporário da actividade foi mais evidente nas micro e pequenas empresas (13,8 por cento), enquanto que, por sector de actividade, foram mais atingidos os sectores de actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas (50,0), transportes e armazenagem (33,3) e captação, tratamento e distribuição de água e saneamento com (25,0).
Por outro lado, das empresas que se mantiveram em funcionamento como antes da pandemia, sobressaíram as do sector de actividades de saúde humana e acção social (46,7), indústrias extractivas e as actividades imobiliárias (ambas com 40,0).
Quanto aos sectores de actividade, destacaram-se novamente o comércio (26,8 por cento), seguido das outras actividades de serviços (13,1 por cento), indústrias transformadoras (11,9 por cento), agricultura e pesca (10,6 por cento) e actividades de consultoria, científica, técnica e similares (7,5 por cento).
Estratégia mais sólida
Segundo o BNA, o inquérito em referência é realizado há sete meses, primeiro numa fase piloto (edições referentes a Abril e Maio de 2020) e, posteriormente, em fase de produção (a partir da edição referente a Junho de 2020). O nível de participação das empresas no inquérito tem variado ao longo do tempo. Em média, têm reportado cerca de 582 empresas, tendo a menor participação ocorrido em Outubro de 2020 com 436 empresas, enquanto a maior foi em Setembro com 689 empresas.
Inquérito abrangente
No mês, manteve-se a abrangência nacional do inquérito, tendo o mesmo coberto assim todas as províncias. As com o maior número de empresas participantes foram Luanda (61,1 por cento), Benguela (6,0), Cabinda (5,1), Huíla (4,2) e Malange (3,8). As com o menor número são Cuanza-Norte (0,4 por cento), Bié e Lunda-Norte ambas com (0,7), Cuando Cubango e Cunene (0,9).
De acordo com os dados do inquérito, observou-se o aumento do número médio de trabalhadores por em-presa, em linha com as medidas de alívio às restrições adoptadas pelas autoridades. Neste contexto, em Novembro de 2020 verificou-se uma média de 81 trabalhadores, contra 77 do mês anterior. Importa realçar o aumento observado nos sectores da indústria extractiva (171 para 180) e da Construção (82 para 86).
Neste indicador, as empresas procuraram adaptar-se, encontrando alternativas ao modo de funcionamento, recorrendo ao teletrabalho, para evitar a concentração excessiva de trabalhadores num mesmo espaço físico.
Em Novembro, cerca de 53,5 por cento das empresas participantes ao inquérito reportaram ter recorrido ao teletrabalho.
Fonte:JA