Referiu que o malogrado, desde a juventude, lutou pela conquista e preservação da Independência Nacional, integridade territorial e que o seu desaparecimento prematuro constitui “uma perda irreparável”.
O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República revelou, ontem, em Luanda, que o general na reforma Demóstenes Chilingutila, falecido no passado domingo, no Huambo, foi um homem que sempre procurou harmonia e consenso entre aqueles que, num passado recente, eram inimigos e que agora escrevem juntos as páginas mais significativas da unidade nacional e da paz no país.
Pedro Sebastião, que falava à imprensa, momentos depois de ter prestado, no quartel ex-R20, homenagem a Demóstenes Chilingutila, sublinhou que a “sua morte representa uma perda no quadro da unidade nacional”. O governante frisou que o malogrado general na reforma, cujos restos mortais repousam, desde terça-feira, no Cemitério Municipal de São Pedro, na cidade do Huambo, onde faleceu, foi daqueles que emprestou toda a sua contribuição no sentido de termos umas Forças Armadas Angolanas (FAA) à altura da dimensão do país.
Durante as conversações para a paz entre o Governo e a UNITA, Pedro Sebastião disse ter tido contacto com Demóstenes Chilingutila, primeiro, em Gbadolite e em Kinshasa, na República Democrática do Congo, seguindo-se Bicesse, em Portugal e, posteriormente, na Jamba, província do Cuando Cubango, com a primeira delegação do Governo. Ambos estiveram juntos no Ministério da Defesa Nacional, um como ministro e outro como vice-ministro.”Foi para mim um companheiro e amigo, com quem dialogava assuntos importantes da nossa vida colectiva. Por tudo isso, perdemos um patriota e um companheiro”, lamentou.
Patriota da Luta de Libertação Nacional
O ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria considerou o general Demóstenes Chilingutila um patriota da Luta de Libertação Nacional, que deu o seu contributo no processo de consolidação das Forças Armadas Angolanas (FAA).
João Ernesto dos Santos “Liberdade” sublinhou que o general Chilingutila foi um patriota que, no período mais crucial da nossa reconciliação, exerceu o importante cargo de vice-ministro da Defesa Nacional, com que deu o seu contributo no processo de consolidação das FAA, no que concerne à área dos recursos materiais e infra-estruturas.
“Nesta hora de dor e luto, em nome do Ministério da Defesa Nacional, das FAA e no meu próprio, curvo-me em memória do malogrado e apresento à família enlutada as minhas condolências”, disse.O deputado da UNITA Lukamba Gato disse que a UNITA perdeu um homem de consensos e construtor de pontes para o diálogo. A sua partida, realçou, criou um vazio enorme neste momento crucial que o partido e o país atravessam.
“Foi uma homenagem merecida, para alguém que dedicou a vida inteira à causa da Pátria”, disse.Emília Chilingutila, uma das filhas do malogrado, recordou que o pai foi um homem aberto e dialogante, até com as crianças, que acreditava que o diálogo e o consenso contribuíam para o equilíbrio social.
Trajectória de um patriota incansável
No elogio fúnebre, lido pelo general na reforma Apolo Felino Yakuvela, Demóstenes Chilingutila foi considerado um patriota que lutou incansavelmente pelos valores que acreditava. “Estará para sempre na nossa memória e corações como um dos particípes da conquista da paz, que nos deixa um grande valor que deve ser preservado e transmitido às gerações vindouras, como um símbolo de entrega abnegada aos valores da paz, de unidade e reconciliação”, disse.
“Duro golpe aos pilares da democracia”
Militares e políticos, na província do Huambo, consideraram “um duro golpe aos pilares da nascente democracia”, que o país está a construir, a morte do general Chilingutila.O comandante da Região Militar Centro (RMC), tenente-general Dinis Segunda Lucama, afirmou que Demóstenes Chilingutila foi um destacado combatente, político e militar que, em cada etapa, soube interpretar os anseios mais nobres do povo angolano, o que lhe permitiu granjear enorme prestígio na sociedade.
“O malogrado contribuiu para edificação das Forças Armadas Angolanas e pela pacificação do país, com dedicação e espírito de missão. A Nação perde, assim, um dos seus mais destacados quadros”, enalteceu o tenente-general, sublinhando que o seu exemplo ficará nos anais da História Militar de Angola.O secretário-geral do governo do Huambo, António Tiago, realçou, na mensagem de condolências, que o general Chilingutila era “homem carismático, fiel servidor da Pátria”, que, das várias acções, participou do processo de constituição das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Eugénio Manuvakola, que assistiu ao funeral, em representação do presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, afirmou que “tombou um gigante”.O deputado da UNITA Delfim Dumba, pelo círculo eleitoral do Huambo, disse que, com a morte de Demóstenes Amós Chilingutila, “se perdeu, irreparavelmente, uma das pedras angulares para a concretização dos vários objectivos” preconizados para o desenvolvimento do país. O secretário provincial do Partido Renovação Social (PRS), António Solya Selende, disse que o general Chilingutila deixa um legado de um verdadeiro “defensor da Pátria”, em quem as novas gerações, no âmbito dos novos processos revolucionários, se devem inspirar.
Fonte:JA