Intensidade das liberdades na óptica de Kabudi Ely

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A exposição “Intensidade das Liberdades Individuais”, cujas obras estiveram patentes na Galeria Tamar Golan, até ao início deste mês, e que estão agora disponíveis na página da galeria, é uma proposta do artista Kabudi Ely, que convida os amantes das artes para uma reflexão sobre os grandes centros urbanos, tendo como principal fonte de inspiração Luanda.

Na exposição online, os amantes das artes podem encontrar, entre outras, as obras “Luanda-me”, “Vizinha das Tranças”, “Acesso à Vida”, “Puto na Chuva”, “Cair na Noite”, “Semáforos da Civilização”, “Cidade Nova” e “Valores Modernos e a Civilização”.
Segundo o historiador Bruno Alves, autor do texto de apresentação, a exposição contextualiza a mobilidade urbana de Luanda e os seus modos de vida social, num misto de caos e sedução, assimilação e conflitos de valores, cruzamentos culturais, conflitos de poder, sobreposições do tradicional e moderno, do formal e informa e outros aspectos da cidade.

O historiador escreve que a exposição é “uma espécie de metamorfose da realidade social urbana, um desafio apenas possível, ora afastando-se, ora aproximando-se dela. Uma contradição ao pôr em causa da liberdade individual e a necessidade de interacção pessoal e individual numa sociedade em constante metamorfose”.

Para Bruno Alves, em Luanda vive-se intensamente e existe uma forte relação emotiva entre o caos e a sedução. “Kabudy Ely revelou que a preocupação com a estética e o belo não foi a única, porque também provocou um diálogo reflexivo em relação à cidade que acolhe todos de braços abertos. Acredita que os habitantes enquanto actores sociais devem ser a solução para os problemas e aproveita a sua arte para mostrar”.

A exposição “Intensidade Liberdades Individuais” pretende ser uma leitura das grandes transformações a partir da cidade de Luanda, cujos aspectos são igualmente transversais às grandes cidades do Mundo.
Nas obras são abordados vários temas: “Luanda-me” foi inspirado numa das crónicas do livro “Taras de Luanda”, de Luís Fernando. A globalização, o desenvolvimento e o caos urbanos, o contraste no centro onde é possível encontrar mulheres a acarretar água diante de edifícios modernos, o ambiente nocturno que pode não ser apenas de “boémia” mas de encontros profissionais e de negócios foram apresentados por Kabudi Ely usando  várias técnicas.

Kabudi Ely é um artista visual natural do Cuanza-Sul, licenciado em Artes Visuais pelo Instituto Superior de Artes (ISART), Curso de Curadoria e Crítica de Artes. Exerceu a função de secretário para as actividades culturais e intercâmbio da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), de 2015 a 2017, e teve a sua primeira experiência em artes plásticas com ensinamentos e incentivos familiares. Entre 1992 e 1994, frequentou o atelier de Mestre Luciano Miguel. Antes desta exposição individual apresentou: “O tempo tudo destrói menos o pão” (2012), “Entre o sonho e a realidade” (2014) e “Paredes que não se separam do mundo” (2016) e participou em várias mostras colectivas e tem feito curadorias em várias mostras.

Fonte:JA

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