A vítima fora detida por alegadamente não cumprir o recolher obrigatório. Os cinco polícias estão detidos desde Abril de 2020 por ordem do Ministério Público.
O Tribunal Provincial da Huíla está a julgar desde quinta-feira (07), os cinco polícias que em Abril de 2020, ao abrigo do estado de emergência decretado por conta da Covid-19, estiveram envolvidos na morte de um cidadão.
Apesar de o Ministério Público (MP), ter descartado a leitura da acusação no início da sessão de julgamento, apurou-se que o órgão sugere a prática de crime de homicídio voluntário que pode valer entre 16 e 20 anos de prisão aos réus.
Os factos datam de 20 de Abril passado, quando a vítima foi encontrada morta no hospital central do Lubango, depois de um dia antes, em vida, ter sido abordada por um patrulheiro da Polícia, tendo em seguida escapado da viatura em andamento.
Segunda Mateus, que na data dos factos era o chefe da viatura, confirmou esta versão na primeira audiência, acrescentando que só se tinha apercebido que o infeliz tinha saltado do patrulheiro quando chegou à esquadra policial após regresso das operações.
O agente, com mais de 20 anos de polícia, disse igualmente que a detenção aconteceu apenas em cumprimento do recolher obrigatório em vigor na ocasião, bem como da orientação do comandante da esquadra que, na sequência do sucedido, chegou a estar suspenso das funções.
O julgamento prossegue com a audiência dos réus, num processo que deve envolver ainda outros declarantes, antevendo-se que apenas na próxima semana possa haver um eventual desfecho do mesmo, de acordo com a opinião da jurista Yolindersan Guloia, uma das pessoas que presenciou o início das audiências.
«Eu posso mesmo afirmar que só na próxima semana é que vamos ter uma apreciação mais ampla», disse.
Da primeira sessão do julgamento, ficou a ideia de não estar descartada a possibilidade de se chamar para prestar declarações o comandante da esquadra a que pertenciam os agentes policiais. (In VOA)
Fonte:JA