O ex-craque do Desportivo da Chela, o próprio Mister Kim, deu as boas-vindas com “Tona Caxi”, uma composição da mãe de Zé Keno, segundo Carlos Burity em entrevista a Gilberto Júnior, da RNA.
Mister Kim interpretou ainda Ondjala Yeya”, “Liberdade África”, e, do compositor Soky dya Nzenza, um dos últimos grandes sucessos na voz de Burity, “Malalanza”.
A história do macaco que só olha no rabo do outro, o famoso tema “Jingonça”, composto por Xabanú e tão magistralmente celebrizado por Burity, foi igualmente cantado por Mister Kim, que ainda teve tempo para interpretar pequenos excertos de “Lamento de Contratado”, “Ilha de Luanda”, “Calema”, “Tia Joaquina”, “Mukuagiami”, “Manazinha” e “Canção Nostalgia”. Bruno Netho, cantor lírico e professor de música, interpretou no seu estilo de conforto “Zumby dya Papá”. Lá nas estrelas, certamente, Carlos Burity aplaudiu, tal como o compositor Euclides de Fontes Pereira.
Gelson Castro “El Maravilhoso” foi a aposta principal para interpretar Waldemar Bastos, mas os jovens Kanu André e Luís Sebastian também o fizeram. El Maravilhoso levou o pessoal ao “Lubango”. Com o seu violão e os jovens da secção de cordas colocou no mesmo pacote “Mbiri Mbiri”, “Humbi Humbi” e “Tata Ku Matadi”. Emocionou a audiência com “Mungueno” e “Velha Xica” . Kanu André com a sua voz picou em “Marimbondo” e agradeceu com “Ndapandula”. Já Luís Sebastien declarou o amor a “Margarida” e, com Raquel Lisboa, “vendeu” laranjas docinhas em “Teresa Ana”.
Para dar voz aos temas de Teta Lágrimas foram escolhidos Luís Sebastian, Kanú André e Paulo Garcia. Luís Sebastien, mais uma vez, aproveitou a oportunidade e deixou a sua marca ao cantar “Amizade Colorida”, primeiro sucesso de Teta Lágrimas. Outro que fez o mesmo foi Kanú André, que cantou a canuca que fascinava o kota da Casa Japão e que o fazia tarrachar em “Só só só”. Paulo Garcia cantou uma das grandes verdades do nosso tempo: “Amor em Crise”.
Lito Graça “pegou” os grandes sucessos de Givago, o filho do Marçal, ainda do tempo do Conjunto Fenomenal, tocados por Brando, Nelas do Som e Dulce Trindade. Lito deu a sua graça em “Mendonça”, “Ramiro” e “Avó Teté”.
Joh Aionda assumiu a responsabilidade de interpretar as canções do irmão Kueno Aionda, uma das vozes mais promissoras da música angolana, que desapareceu de forma tão prematura. Temas como “Me Aceita”, “Marca de Batom”, este em dueto com Alexandre, percussionista que já tem pinta de artista, “Porta Aberta”, “Isabel” e o grande hit “Tu vives em Mim” como que trouxeram Kueno Aionda à presença dos telespectadores e dos internautas.
Manú Dibango, Mory Kanté e Jorge Neto foram os artistas internacionais homenageados pelo Show do Mês. Rigoberto saiu do “backstage” da secção de sopros, primeiro com Lito Graça soprou “Soul Makossa” e depois, com Yark Spin a tirar do violão o som da Kora, solou “Yeke Yeke”, ou seja, o cubano “pegou” em dois sucessos africanos que conquistaram o mundo. De Jorge Neto, que fez os seu últimos espectáculos em Angola, recuou-se à época dos Livity com “Rosinha”.
O ano 2020 é daqueles que, literalmente, entrou a matar, de tal modo que o mundo já não será o mesmo. Nunca tanta gente próxima morreu como neste ano. A morte é um processo natural, mas a velocidade com que as pessoas estão a partir é deveras dolorosa, assim como a alteração do nosso modo de vida.
Fonte:JA