Apesar de iniciante no mundo da ficção e do romance, o autor disse que procurou nas analogias do quotidiano a inspiração para levar o leitor até o futuro, num mundo onde as mulheres têm um papel preponderante e há inúmeras mudanças nos fenómenos sociais. “Procuro levar o leitor a reflectir como será o futuro de Angola, nos próximos 150 anos. Como poderemos chegar até esse destino e o que pode nos aguardar”, disse.
O ministro da Cultura Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, enalteceu o contributo do autor à ficção angolana, um sector das letras ainda pouco explorado pelos criadores nacionais. “É de louvar, em especial por ser um membro do governo, que ainda tem tempo para escrever”.
Durante o acto de lançamento foi realizado um recital de poesia, com Kanguimbo Ananaz e Adão Minji. A apresentação do livro foi feita pelo escritor Boaventura Cardoso.Natural do Bié e brigadeiro reformado, F. Tchikondo é o pseudónimo de Francisco Queirós, actual ministro da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola. Além deste título tem ainda no mercado os livros “O semeador de Pedrinhas e outros contos”.
Conselho aos jovens
O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente Jomo Fortunato, incentivou a nova vaga de escritores a apostarem mais na criatividade da literatura e a evitarem o plágio, pelo facto de num único ano os vencedores de dois grandes prémios angolanos de literatura terem praticado tal acto.
“Aconselho a juventude a evitar tal prática e começarem a fazer um maior investimento na criatividade artística e na verdade científica”alertou, além de instigar os jovens autores a evitarem o mau uso das novas tecnologias, em especial para copiar trabalhos de outros autores de forma fácil.Jomo Fortunato reconheceu que em Angola tem muitos jovens criadores e lamentou o facto de, apesar de ainda não ter sido provado, tenha mais um caso de plágio. “Embora o assunto ainda não tenha sido esclarecido é bom começar a combater esta prática”, apelou.
Depois do Instituto das Indústrias Culturais e Criativas ter anulado o prémio Jardim do Livro Infantil 2020, a Cirineu Francisco, por o livro “Kandengue do Gulungo e o livro que não tinha fim”, ser plágio de outro, da brasileira Sandra Aymone, intitulado “O livro que não tinha fim”, agora o vencedor do Prémio António Jacinto 2020, Lourenço Mussango é acusado da mesma prática pelo escritor brasileiro Paulo Cantareli.
Fonte: JA