Dezenas de estudantes raptados no sábado (19) à noite por homens armados no noroeste da Nigéria foram libertados segunda-feira (21) de manhã, graças à intervenção armada de um grupo de autodefesa, disse à AFP um porta-voz da polícia local.
No sábado (19) à noite, «80 estudantes que regressavam à sua aldeia de Mahuta, no estado de Katsina (…) foram raptados por bandidos, que já tinham raptado quatro pessoas e roubado 12 vacas», disse o porta-voz, Gambo Isah, adiantando que as «84 pessoas raptadas foram resgatadas»na manhã de segunda-feira (21).
As crianças foram raptadas no sábado à noite perto da aldeia de Baure, quando regressavam com os seus professores de uma cerimónia religiosa numa aldeia próxima, disse à AFP o chefe de uma milícia de autodefesa, Abdullahi Sada.
Quando a notícia chegou a Mahuta, a cidade onde viviam as crianças, os residentes e os vigilantes do grupo de autodefesa mobilizaram-se e partiram em busca dos raptores, que foram rapidamente identificados como membros da comunidade de pastores ‘fulas’, acrescentou.
«Invadimos a sua área, sabíamos que eles tinham as crianças e também sequestramos alguns membros da comunidade, avisando que se alguma coisa acontecesse aos nossos filhos, nenhum ‘fula’ viveria mais aqui», acrescentou Sada.
A operação «desalojou os bandidos e salvou as 84 vítimas raptadas», disse o porta-voz da polícia, acrescentando que a polícia continua a «prender os bandidos» e que foi aberta uma «investigação».
Grupos armados, conhecidos como «bandidos», por vezes com várias centenas de membros, têm vindo a aterrorizar as zonas rurais no centro e noroeste da Nigéria há vários anos, levando a cabo roubos e raptos de gado em grande escala.
Os residentes criaram grupos de vigilantes para se protegerem, mas não conseguiram travar a violência, que causou a morte de cerca de 8.000 pessoas desde 2011.
Este último rapto de crianças em idade escolar ocorreu 48 horas depois da libertação de 344 crianças e adolescentes, raptadas de um colégio interno em 11 de Dezembro por criminosos que operam em nome do grupo ‘jihadista’ Boko Haram na mesma região da Nigéria. Com a Lusa