A analista política Sizaltina Cutaia criticou/lamentou, recentemente, o facto de que a liderança da Organização da Mulher Angolana (OMA) seja feita por via de indicação do Bureau Politico do MPLA, em detrimento de um processo democrático em que as próprias senhoras apresentariam livremente as suas respectivas candidaturas.
Numa recente intervenção feita nas redes sociais (facebook), Cutaia lembrou que organização é o braço feminino do MPLA, mas a “Secretária Geral da OMA é por via de uma candidatura única aprovada pelo Bureau Politico” e por sua vez, conforme descreveu a activista “é composto por cerca de 20 mulheres e 52 homens”.
No seu ponto de vista, “são os homens que decidem quem deve dirigir o braço feminino do partido” por isso entende que “isso explica muitos silêncios”.
A activista lembrou, por outro lado, que “em 2012, a propósito de uma polémica em volta da presidência da Comissão Nacional Eleitoral, o Conselho Superior da Magistratura Judicial afirmou que ser da OMA não significa ser do MPLA”, reproduzindo o parecer deste órgãos da magistratura que descrevia taxativamente que “o facto de ser daquela organização da mulher, não implica ser do respectivo partido patrono”.
O congresso da OMA – que visa eleger a sucessora de Luzia Inglês Van-Dúnem, no cargo desde 1998 – está marcado para o mês do Março de 2021, três anos depois que a actual líder cessante terá supostamente decidido não concorrer mais pela sua sucessão, tendo a mesma e as suas colegas determinado que a actual Secretaria Adjunta, Maria Isabel Malunga Mutunda seria a próxima candidata.
À dada altura, a Organização da Mulher Angolana, estando em pré-campanha pela candidata Maria Isabel Malunga, foi surpreendida com uma decisão do Bureau Político que impôs a candidatura de Joana Filipe Tomás, como candidata única.
A semana passada Isabel foi persuadida por um alto dirigente do partido, Jorge Dombolo, a desistir de apresentar a sua candidatura para dar lugar a Joana Tomás. A posição da OMA em rejeitar candidata única, deve-se ao facto de não se identificar em Joana Tomás que é uma figura estranha, no histórico de militância, visto que, por tradição, a OMA tem o costume de eleger para os seus órgãos, figuras com carreira interna.
De acordo com apurado, a OMA decidiu cumprir com a orientação do Bureau Político, em respeito a “orientação superior”, sobre a questão de candidatura única, havendo entretanto, acerto no sentido de, em pleno congresso, votarem contra Joana Tomás, em jeito de protesto a imposição feita.