Casinos de Kundi Paihama: Trabalhadores continuam a ‘chorar’ salários em atraso

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Empresa diz que falecimento de Kundi Paihama, sócio maioritário, impossibilitou pagamentos. Trabalhadores contrariam e afirmam que atrasos salariais já se verificam há cerca de um ano.

Mais de mil trabalhadores das empresas Prossegur e Plurijogos, esta última responsável pela gestão dos Casinos de Angola, voltaram a manifestar-se, esta semana, em Luanda, devido a atrasos salariais que se registam desde 2019. O dilema nas empresas que têm como accionista principal Kundi Paihama, antigo governante falecido recentemente, não é novo. Como já noticiou este semanário em edições anteriores, os funcionários reclamam cerca de 12 meses de salários.

Entre os reivindicadores, estão técnicos de máquinas, gerentes, trabalhadores de limpeza, seguranças e funcionários administrativos, que já se queixam de perder o poder de compra.

Frases como “Queremos o nosso dinheiro” e “Estamos a sofrer, 12 meses sem salário é muito” foram vistas em cartazes, entoadas pelos funcionários que, em protesto contra os atrasos salariais, se manifestaram esta semana, perto das instalações do Casino Marco Polo, localizado no distrito urbano da Ingombota, em Luanda.

Em declarações ao NJ, fizeram saber que os atrasos salariais estão a ocorrer em todos os casinos do País. Em Julho do ano passado, explicam, depois de Elizabeth Paihama, filha do malogrado, ter assumido o Conselho de Administração da Empresa, “as coisas só foram piorando”. Com a sua destituição, em Fevereiro deste ano, substituída por António Ferreira, os funcionários receberam garantia do pagamento gradual dos salários. Com o falecimento, em Julho deste ano, de Kundi Paihama, accionista maioritário, dizem os trabalhadores, a empresa pediu mais uma semana para a realização do óbito e, posteriormente, proceder ao pagamento gradual dos atrasados, a partir do dia 6 deste mês.

“Demos esses dias, mas a empresa voltou a defraudar-nos, não honrou com o seu compromisso. Já passa o prazo acordado, contudo nunca mais se pronunciou”, lamenta Lopes de Carvalho, um dos reivindicadores.

«A empresa não está a produzir e está em falência técnica»

Contactado pelo Novo Jornal, José Sacavanga, administrador-executivo da Plurijogos, disse que o assunto está a ser tratado junto de uma comissão sindical dos trabalhadores, com intermediação da Inspecção-Geral do Trabalho (IGT).

“No dia 23 de Julho, houve um acordo sob mediação da IGT acerca do pagamento da dívida, que começaria em Agosto. Por ironia do destino, morre o accionista maioritário, e esse trâmite todo leva tempo”, disse.

O responsável explicou que “a empresa deixou de produzir e está em falência técnica”, o que justifica os atrasos salariais desde o ano passado.

“O presidente do Conselho de Administração, que eles acusam de estar a fugir, está a tentar intermediar a situação, para ver se encontra uma solução”, garante.

Em Julho deste ano, a empresa Plurijogos havia-se comprometido a pagar os atrasados até o dia 6 de Agosto.

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