PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, rejeitou hoje que a UNITA tenha sido apanhada de surpresa com a suspensão dos mandatos dos deputados do seu partido, legalizado em janeiro, dizendo que era “um tema recorrente”.
Na quinta-feira, o líder parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Liberty Chiaka, sublinhou que a perda dos mandatos dos deputados que se filiaram no PRA-JA não resultou de “um ato de traição” nem da vontade do partido, mas da Constituição angolana.
Deputados eleitos pela UNITA pediram a suspensão de mandato “por exercício de natureza política incompatíveis com o mandato nos termos da Constituição e da lei”, devido à filiação no PRA-JA, do qual é dirigente, mas acabaram por perder os mandatos.
Liberty Chiaka admitiu ainda que o grupo parlamentar da UNITA foi apanhado de surpresa, já que o pedido de suspensão foi comunicado primeiro à presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, cujo gabinete informou depois a UNITA.
Hoje, Chivukuvuku rejeitou que tenha havido qualquer surpresa e que o reporte formal é feito de forma direta com o parlamento.
“A formalização, em termos de documentação, é direta com a Assembleia Nacional, e é o que fizemos, isso não é um assunto”, assinalou, à margem de uma conversa com a comunidade angolana em Lisboa, inserida na inauguração da sede do partido na capital portuguesa.
A sede do PRA-JA em Lisboa, a primeira fora de Angola, foi inaugurada ao início da tarde de hoje, a que se seguiu um encontro com a comunidade num hotel em Lisboa e na qual estiveram presentes mais de cem pessoas.
A cerimónia empossou Isaías Sambangala como representante do PRA-JA Servir Angola em Lisboa. Em declarações à comunicação social, este destacou a importância da abertura da primeira sede internacional do partido, legalizado em janeiro.
“Para nós significa muito, primeiro isto é um símbolo de força, de determinação. É o começo de uma nova jornada, e para nós isto simboliza um grande evento”, afirmou. Chivukuvuku também abordou a presença de uma sede do partido em Portugal, apontando que a legislação angolana “prevê eleições no exterior do país”.
“Temos em Portugal um segmento vasto da diáspora angolana (…) e, por isso, temos estar atentos aos movimentos que vão acontecendo”, apontou.
Depois de quatro anos a tentar legalizar o seu projeto político sem sucesso, Abel Chivukuku e seus membros integraram a Frente Patriótica Unida (FPU), plataforma política que congrega a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), liderada por Adalberto Costa Júnior, o Bloco Democrático, liderado por Filomeno Vieira Lopes, e o na altura projeto político PRA-JA Servir Angola.
Nas eleições gerais de 2022, Abel Chivukuvuku concorreu a vice-presidente da República, na lista da UNITA, no âmbito da FPU.