Assassinato do director da Noah reacende rastilho de crimes violentos em Luanda

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Crimes violentos continuam a fazer vítimas mortais em Luanda. Januário Fernando, engenheiro de construção civil, 40 anos, foi morto com dois tiros de arma de fogo, no bairro Dangereux, distrito do Camama, em Luanda. A Polícia já está no encalço dos autores do crime.

Por: Diniz Kapapelo*

Um funcionário da empresa de construção civil Noah, ligado à Urbanização Boavida, do polaco Tomasz Dowbor foi morto a tiro por marginais que o interpelaram no bairro Dangereux, distrito urbano do Camama, município do Talatona.

Januário Fernando, 40 anos, era um engenheiro de construção civil e, até a data do seu assassinato, desempenhava a função de director geral da Noah, uma das empresas do grupo Boavida, voltada para a construção civil.

“O crime ocorreu na madrugada de domingo, 19 de Maio, depois do meu irmão ter saído de uma actividade da empresa que terá terminado por volta das 22 horas”, explicou o jovem Hugo Paulo, visivelmente abatido pelo infausto acontecimento.

Em entrevista ao Novo Jornal, Hugo Paulo conta que segundo informações que receberam no local do crime, três cidadãos, empunhando uma arma de fogo, abordaram o seu irmão quando este se encontrava a falar com uma jovem no interior da viatura top de gama, de marca Nissan Patrol, vulgarmente conhecida por Obama, no bairro Dangereux, após este ter deixado uma outra.

“Disseram-nos que ele entrou numa rua sem saída, manobrou o carro em posição de saída e estava ali parado a conversar. Desceu uma menina, que entrou num quintal e logo depois apareceram três jovens. Dois deles ficaram na parte de trás da viatura e o outro foi até à porta do motorista e fez a abordagem”, contou, referindo que, possivelmente, ao ser anunciado o assalto, o irmão terá se assustado e arrancado a viatura, facto que poderá ter motivado o marginal a efectuar os disparos mortais.

“Um dos tiros atingiu na zona da clavícula e o outro no pescoço. Confirmamos que foi em função disso que ele embateu depois contra uma parede e o veículo ficou imobilizado”, garantiu.

Questionado se a jovem com quem a vítima se encontrava na viatura foi atingida pelos disparos, Hugo disse que não, sublinhando que apenas pertences pessoais do falecido e o telemóvel da jovem foram roubados.

“Os marginais levaram apenas dois sacos, que se presume serem de roupas do meu irmão, que estavam na parte de trás da viatura e o telemóvel da moça. Depois disso puseram-se em fuga”, atestou.

Polícia no encalço dos marginais

O Serviço de Investigação Criminal garantiu que está a trabalhar afincadamente no caso. O porta-voz do SIC, superintendente-chefe de Investigação Criminal, Manuel Halaiwa, disse que, feitas as investigações preliminares do caso no terreno, tratou-se de um assalto do qual a vítima terá reagido durante a abordagem dos marginais.

“O crime ocorreu nas imediações da rua do Kamorteiro, no bairro Dangereux, quando o cidadão foi abordado por três marginais. Ao resistir ao assalto, os meliantes efectuaram dois disparos que foram fatais tendo em conta a região atingida”, avançou, garantindo que o SIC está a trabalhar para esclarecer o crime.

Halaiwa apontou que os meliantes levaram consigo um telemóvel de marca Tecno e uma carteira de cor branca com 10 mil kwanzas, pertencentes à cidadã com quem a vítima estava na viatura na hora do crime.

“É importante tranquilizar a sociedade e a família, de modo particular, e que as investigações estão no bom caminho para se encontrar os autores deste crime”.

Manuel Halaiwa apelou os cidadãos para não resistirem aos assaltos, sob pena de perderem a vida.

Januário Fernando deixa viúva, que se encontra em estado de gestação e três filhos, sendo o mais novo com seis anos de idade.

*NJ

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