Portugal: Idosa foi morta pelo neto um dia depois de se queixar à GNR

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Guarda - 20/01/16 - Leitura de sentena de mega julgamento de uma rede de contrabando de tabaco. Miguel Pereira da Silva / GLOBAL IMAGENS

Caso a Guarda Nacional Republicana (GNR), em Portugal, tivesse detido Joel Valentim no dia 14 de Junho do ano passado, acusado que foi pela avó do crime de violência doméstica, e a tragédia do dia seguinte poderia ter sido evitada. Mas o depoimento da idosa, sem testemunhas a corroborá-lo e contrariado pelo pretenso agressor, não foi levado suficientemente a sério. E, no dia seguinte, Assunção Correia, de 78 anos, foi estrangulada pelo neto até à morte.

Na véspera do crime, a vítima, residente em São Martinho, Seia, disse às autoridades, pela segunda vez em dois meses (a primeira tinha sido em Abril), que tinha discutido com o neto, por não admitir que dormisse em sua casa, dado que não procurava trabalho, e que ele lhe tinha apertado o pescoço e afirmado: “A avó é o diabo! Eu mato-a”. E matou, menos de 24 horas depois, a 15 de Junho de 2022, depois de ter sido obrigado a dormir no lugar.

Segundo o despacho do Ministério Público (MP) da Guarda que o acusa de homicídio qualificado, Joel Valentim, de 32 anos, entrou à socapa na habitação e estrangulou a avó depois de aquela mandar que saísse e ameaçar chamar os guardas.

“Está a pôr-me maluco”

O MP sustenta que o arguido, “já na cozinha, agarrou a sua avó pelo pescoço com ambas as mãos e, ao mesmo tempo que lhe apertava o pescoço, levantou-lhe a cabeça e o tronco várias vezes e bateu com a mesma contra o chão, com o propósito de lhe tirar a vida”.

A idosa ficou inanimada, mas Joel Valentim só chamaria o INEM mais tarde, depois de lhe furtar 65 euros da carteira e de ter ido comprar bebida e tabaco. Na altura, alegou que tinha encontrado a avó caída no chão.

Mas, já perante a Polícia Judiciária, o arguido resumiu o episódio “a 10 minutos de luta” e a “um momento de loucura”. Confessou ainda que “só parou de lhe apertar o pescoço quando percebeu que a avó estava inconsciente”, manifestando-se arrependido.

Joel Valentim alegou que “agiu em desespero, porque não aguentava mais”. Relatou também que, no dia do crime, a avó lhe apontou um pau que estava na caixa da lenha, ao que ele reagiu, dizendo: “Avó, está a pôr-me maluco”. O julgamento deverá ser marcado ainda este mês, no Tribunal da Guarda.

Autor de furto

Já em Fevereiro de 2019, Joel Valentim foi condenado a uma pena de prisão de dois anos e dois meses, suspensa na sua execução, por crime de furto qualificado na localidade de Lapa dos Dinheiros, Seia.

Condução com álcool

Por ter sido apanhado ao volante sob efeito de álcool, em Julho de 2021, o pretenso homicida da avó foi condenado a uma multa de 350 euros e à pena acessória de cinco meses de inibição de conduzir.

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