A cooperação parlamentar e o relançamento das relações diplomáticas, com Portugal e Coreia, foram analisadas, sexta-feira (18), em audiências separadas, entre o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, e os embaixadores dos dois países.
Em declarações à imprensa, no final do encontro, o embaixador da Coreia, Chang-Sik Kim, disse que serviu para incrementar as relações diplomáticas entre os dois países e promover o intercâmbio entre Seul e Luanda. Comprometeu-se trabalhar cada vez mais para que os empresários coreanos possam investir em Angola.
Recordou que as trocas comerciais entre os dois países estavam avaliadas em mais de dois mil milhões de dólares até 2020, mas com a pandemia da Covid-19 baixaram para 200 milhões de dólares ano. Angola vende para o mercado coreano petróleo, gás, ferro e cobre e importa à Coreia sementes, veículos ligeiros e pesados, maquinaria diversa e equipamentos.
Já o embaixador de Portugal em Angola, Pedro Pessoa e Costa, disse que o encontro serviu para apresentar os cumprimentos de fim de mandato e reforçar as relações bilaterais do ponto de vista parlamentar.
Referiu que as partes passaram em revista os avanços registados, com destaque para as visitas do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a Angola, bem como do Primeiro-Ministro, António Costa. Disse, ainda, ter abordado com o presidente da Assembleia Nacional a importância do acordo de mobilidade na CPLP.
Sobre a dificuldade na obtenção de vistos para Portugal, o embaixador disse que se trata de mito, realçando que não há entraves no processo, sobretudo por questões de Saúde, de Trabalho ou visita a familiares residentes naquele espaço europeu.
“Esta dificuldade que alguns insistem em dizer, no acesso aos vistos, é um mito ou, pelo menos, está muito relacionada com os intermediários para solicitar vistos para Portugal”, esclareceu.
Acordo de Mobilidade
Em fim de missão em Angola, o diplomata português elogiou também o facto da República de Angola estar a preparar a ratificação do Acordo sobre Mobilidade entre os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Acrescentou que este instrumento jurídico poderá impulsionar a relação entre os países signatários.
Disse que compete a todos fortalecer essa relação e, depois, nos ordenamentos jurídicos de cada Estado criar condições para que todo cidadão que quer ir a Portugal estudar, trabalhar ou por questões de saúde, ter a oportunidade de o fazer com normalidade, respeitando sempre os trâmites legais.
O Acordo sobre a Mobilidade entre os Estados Membros dos países de Língua Portuguesa foi assinado a 17 de Julho de 2021, durante a 13ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorreu, em Luanda.