O ensino particular começou a preparar-se para o início das aulas com quatro meses de antecedência, por forma a garantir um ano lectivo de qualidade, disse, ontem, em Luanda, o presidente da Associação Nacional do Ensino Particular (ANEP).
Em declarações ao Jornal de Angola, António Pacavira avançou ter sido feito um trabalho de planificação, num processo durante o qual foram formados mais de duzentos professores a nível nacional.
“Criámos dois modos de gestão escolar, com vários subtemas, onde ministrámos uma acção de carácter formativo e não formativo, de modo a garantir o sucesso dos resultados. Temos professores muito mais qualificados e preparados para o contexto actual,” explicou.
Segundo o responsável da ANEP, a instituição pretende criar alunos diferenciados a partir da base. Por isso, apontou ser importante não se limitar ao curriculum ou programas fornecidos pelo Ministério da Educação, sendo importante, por parte da associação, a implementação de uma série de manuais e materiais de apoio complementar.
António Pacavira disse que manuais como gramática, tabuada, dicionário e um manual de inglês serão incorporados e servirão de apoio e desenvolvimento do intelecto dos alunos.
“Achamos que qualquer criança deve ter contacto com esses manuais, para elevar o seu nível de literacia, intelectual e de literatura”, disse.
Biossegurança
Sobre a biossegurança nas escolas, o responsável disse continuar a manter-se o rigor na observância das medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde no combate à Covid-19, mesmo tendo todo o pessoal do ensino privado já vacinado.
A instituição criou, segundo António Pacavira, um gráfico de controlo no número de pais e encarregados de educação vacinados. “No momento da inscrição, pode-se conferir quantos pais e encarregados estão vacinados, como uma forma de cuidado e protecção ao aluno”, esclareceu.
Todo o pessoal, desde professores a auxiliares, está formado para orientar os pais e encarregados de educação na lavagem das mãos, desinfecção com álcool em gel e outras medidas, antes e durante a estadia nas instituições de ensino, acrescentou.
António Pacavira confirmou o aumento de 15 por cento das propinas, que, como disse, foi algo aprovado depois de uma reunião do IGAPE (Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado), afecto ao Ministério da Finanças, e o Ministério da Educação. Segundo o responsável, todos o trâmites para um aumento foram cumpridos, faltando apenas a publicação em Diário da República.
O aumento dos 15 por cento das propinas no ensino particular ainda é oficioso, enquanto não houver uma publicação em Diário da República, pelo que se vai considerar, e caso não seja publicado, um crédito ajustado no pagamento de outras propinas.
Escolas preparadas para responder às exigências
A preocupação com a organização, por parte da direcção dos colégios, para o início do novo ano lectivo, foi uma realidade constatada ontem, pelo Jornal de Angola. Embora não fosse possível o contacto com directores de instituições, por terem estado presentes no acto municipal da abertura do ano lectivo, pudemos ver em escolas cabines de higienização à entrada, álcool em gel, lavatórios limpos, água corrente e sabão.
No colégio Pitabel, nos Combatentes, a subdirectora Pedagógica, Lourença João Barbosa, disse estarem preparados para a abertura do ano lectivo.
Segundo a subdirectora, a maioria dos pais ainda não fez a confirmação de matrícula, tendo ainda vagas. Acredita estarem todas preenchidas até segunda-feira, atendendo ao fluxo que se viu nos últimos dias, que antecedem a abertura do ano lectivo.
Lourença João Barbosa acrescentou que a escola tem 30 salas, que vão da 1ª à 9ª classe, tendo os professores sido capacitados para interagir com os alunos nas salas, evitando a propagação da Covid-19.
A nossa reportagem pôde constatar tapetes com água e lixívia à entrada da instituição, álcool em gel, lavatórios e outros materiais de biossegurança.
No colégio Pitrucas, no Kinaxixi, a administradora, Delfina Neto, disse ser uma instituição do Ensino Primário, do I e II Ciclos.
Segundo Delfina Neto, para o cumprimento das medidas de biossegurança, a instituição produz, a partir dos seus laboratórios, álcool em gel, sabonete em líquido, em barra e outros detergentes.
Delfina Neto anunciou estar em curso um programa de consciencialização dos pais e encarregados de educação para o combate à pandemia, para que possam transmitir aos seus educandos.
Pessoal com luvas, máscaras e, com rigor, a orientar quem entra na instituição foi uma realidade confirmada pelo Jornal de Angola. Lavatórios à entrada, tapetes com lixívia, para a desinfecção dos pés, cumprimento de um metro e meio entre o pessoal da instituição foi, igualmente verificado.
Fonte:JA