O Presidente da República, João Lourenço, inicia, hoje, uma visita de 24 horas à província da Lunda-Norte, onde vai constatar a situação política, económica e social.
De acordo com uma nota da Casa Civil, o Presidente João Lourenço orienta, no período da manhã, uma reunião com o Governo provincial, na presença de vários membros do Executivo que o acompanham com este propósito. No encontro, vão ser avaliados os diferentes projectos em curso na província, o estado de execução e estudadas as medidas e soluções para ultrapassar eventuais atrasos e contrangimentos.
Ainda hoje, o Presidente visita as obras do Aproveitamento Hidroeléctrico do Luachimo, que, num futuro breve, vai assegurar maior disponibilidade de energia eléctrica à província.
Ao fim da tarde, vai conceder audiências a representantes das autoridades tradicionais, entidades religiosas, empresários e jovens.João Lourenço regresso a Luanda amanhã, sexta-feira mas, antes, faz uma escala na vizinha província da Lunda-Sul, para inaugurar três fábricas de lapidação de diamantes. Barragem do Luachimo
O Aproveitamento Hidroeléctrico do Luachimo, em reabilitação na cidade do Dundo, província da Lunda-Norte, vai gerar mais energia do que se precisa nos municípios seleccionados para o fornecimento do produto, nomeadamente Chitato, Cambulo e Lucapa, assegurou, ontem, o director das obras, engenheiro Joaquim Garcia.Em declarações ao Jornal de Angola, o engenheiro informou que a barragem, depois de concluída, vai gerar 34 megawatts, quando os três municípios só necessitam de 16 megawatts. Os restantes megawatts, cerca de 40 a 50 por cento da produção, vão ser canalizados para o sector industrial da província, que, há muito, vem reclamando falta de energia eléctrica para dinamizar as actividades, disse.
O projecto hidroeléctrico vai beneficiar, igualmente, as localidades do Fucauma, Cassanguidi, Luxilo, N´zagi e Calonda, por via de uma linha de transporte de cerca de 500 quilómetros. Antes da reabilitação, a barragem, construída em 1957 pela então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), produzia 8,4 megawatts.
Conclusão da obra
Orçada em mais de 212 milhões de dólares, a nova barragem prevê beneficiar mais de 376 mil habitantes. A conclusão das obras está prevista para este ano. “Este é o nosso novo cronograma. A ideia é concluirmos antes do fim do ano”, realçou. A obra apresenta uma execução física de 72 por cento. A execução financeira é que não é satisfatória.
Do ponto de vista numérico, Joaquim Garcia disse haver 50 facturas, das quais 49 validadas. Esclareceu que as 49 facturas são referentes a Janeiro deste ano. O engenheiro disse estarem pagas e recepcionadas pelo empreiteiro apenas 27. Explicou que o processo de emissão das facturas 28 a 49 foi despoletado, mas o parceiro, no caso o empreiteiro, continua sem as receber. “Nós fizemos a parte que nos cabe e, pelo que me consta, o MINEA (Mi-nistério da Energia e Águas) também fez a parte que lhe cabe”, realçou. Joaquim Garcia admitiu que este quadro tem afectado, negativamente, o bom ritmo da obra, que se vinha registando até à primeira metade do ano passado.
Apesar dos constrangimentos provocados pela pandemia da Covid-19, considerou que se registava um “ritmo aceitável”, de tal maneira que o projecto previa, na sua execução média normal, cerca de 2,7 por cento de avanço, por mês. Hoje, a execução cifra-se por volta do 0,4 por cento. A partir daqui, podemos ver a queda no ritmo da execução das obras”, realçou. Apesar do abrandamento registado no avanço da obra, Joaquim Garcia diz haver um grande esforço por parte do Governo, para mantê-la em andamento.
Sublinhou que a obra da Barragem do Luachimo é das poucas no país que não parou, apesar da situação relacionada com os pagamentos.As obras do Aproveitamento Hidroeléctrico do Luachimo, que geraram400 postos de trabalho, foram consignadas em Outubro de 2016 e a conclusão estava, inicialmente, prevista para este ano.
César Esteves e Armando Sapalo / Dundo
Fonte:JA