Desde a abertura do processo de recrutamento, no dia 11 de Agosto, até sexta-feira, 20, mais de 500 mil jovens nascidos nos anos 2000 e 2001, inscrevam-se no Distrito de Recrutamento e Mobilização (DRM) do Bengo, para o serviço militar obrigatório, informou, ao Jornal de Angola, o chefe daquele órgão afecto à 1ª Região Militar.
O tenente-coronel Francisco Santana avançou que os jovens nascidos em 1998 e 1999, que não foram incorporados, em 2019, e no ano de 2020, devido à Covid-19, estão, também, a ser alistados para o cumprimento do serviço militar, mas na condição de reservas.
Explicou que depois da fase de inscrição, que encerra dia 24, serão seleccionados os jovens que deverão realizar os exames médicos, “para, de seguida, definirmos quantos devem cumprir o serviço militar obrigatório”.
“O processo envolve os jovens de todas as províncias do país, abrangidos pela Lei do Serviço Militar Obrigatório”, disse, tendo sublinhado que a defesa da Pátria é o direito mais alto, atribuído a qualquer cidadão.
Segundo o chefe do DRM no Bengo, o cumprimento do serviço militar “é um dever cívico, mas, a nível do mundo está-se a viver uma crise económica e financeira e Angola não foge à regra”. “É daí que os jovens vêem como refúgio para um possível emprego, a entrada nas Forças Armadas Angolanas (FAA). Mas isso não é bem assim. O cidadão é incorporado no sentido de cumprir apenas dois ou três anos de serviço militar, para depois ser licenciado à reserva”, proferiu.
Francisco Santana disse que alguns dos candidatos apurados serão encaminhados para os centros de instrução de Santa Eulália (Nambuangongo), Huambo, Moxico e Huíla, enquanto outros vão às escolas de especialidades militares, no município de Ambriz, no Bengo, e em Saurimo, na Lunda-Sul.
Para o alistamento, os jovens apresentam quatro fotografias tipo passe, duas fotocópias do Bilhete de Identidade, igual número de cópias do talão de recenseamento e do certificado de habilitações da 6ª à 9ª classe.
Prontas para o serviço militar
Meuri Diogo, Finda Gonçalves e Nalda Francisco prometem defender a Pátria dos possíveis inimigos e manter a paz. As três perseguem o antigo sonho de criança, de ser militar. Acorreram ao DRM do Bengo e inscreveram-se no âmbito do cumprimento do serviço militar obrigatório.
“Desde criança que sempre gostei de ver homens e mulheres com fardas militares. Foi por esse motivo que decidi inscrever-me”, disse Meuri Diogo, residente no município de Viana, em Luanda.
“Os meus familiares sabem desse meu desejo. Quanto a isso, eles estão preparados. Aliás, me deram muita força para perseguir os meus sonhos. E este é apenas um de tantos outros”, explicou a jovem, que aos 23 anos diz-se preparada para ser transferida para qualquer região do país.
Outra jovem, também proveniente de Luanda, é Finda Gonçalves, 22 anos. Sonhava ser secretária, advogada ou militar. Mas já descartou os dois primeiros desejos. Agora só quer ser militar. “Quero de-fender o meu país. Por isso estou aqui. Vim me inscrever nas Forças Armadas”, declarou.
Ao Jornal de Angola, Nalda Francisco afirmou que gosta de desafios. A jovem, que completou 22 anos no sábado, ga-rantiu que está preparada para dar a vida pela pátria que a viu nascer. “Se for seleccionada, além de ser uma grande vitória, também será a maior prenda de aniversário que já recebi até agora”, concluiu.
Fonte:JA