Trocas com o estrangeiro são favoráveis a Angola

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A balança comercial registou um excedente de 8 381,9 milhões de dólares no primeiro semestre, 42,2 por cento acima do excedente de 5 978,8 milhões de dólares dos últimos seis meses de 2020, de acordo com dados preliminares apresentados ontem, em Luanda, pelo secretário de Estado para o planeamento.

Milton Reis, que falava no briefing bissemanal do Ministério da Economia e Planeamento (MEP) com a imprensa, atribuiu o resultado ao aumento das exportações em 25 por cento, com maior relevância para as do sector petrolífero, que ascenderam em 28,4 por cento, com  reflexos no crescimento das Reservas Internacionais Brutas (RIB) e Líquidas (RIL).

De acordo com o responsável, o “stock” de RIB (empréstimos do Estado a investidores privados ou agentes internacionais para custear as despesas públicas) situou-se em 15, 1 mil milhões de dólares, contra os 14, 9 mil milhões no final de 2020, representando um aumento de 1,8 por cento, equivalentes a 11,4 meses de importações de bens e serviços.

As reservas internacionais líquidas (activos externos de disponibilidade imediata, sob o controlo da autoridade monetária destinadas ao financiamento dos desequilíbrios da balança de pagamentos e de suporte às intervenções do banco central no mercado cambial de forma a influenciar a taxa  de câmbio), fixaram-se em 8, 3 mil milhões de dólares, comparativamente aos 8,8 mil milhões no final do ano transacto, representando uma diminuição de 5,2 por cento.

As exportações do sector não petrolífero tiveram como principais destinos o Congo Brazzaville, República Democrática do Congo, Camarões, Ghana, Senegal e Portugal, sendo dominadas pelo cimento, com 14,31 milhões de dólares, cerveja (6,30 milhões), embalagens de vidro (2,70 milhões), banana (2,48 milhões), sumos e refrigerantes (3,32 milhões) e açúcar (1, 73 milhões).

As importações tiveram origem maioritária do Brasil, estados Unidos, Índia, Malásia, Indonésia e Portugal, constituindo, em volumes mais expressivos, na carne de frango (126, 45 milhões de dólares), arroz (106,29 milhões), açúcar (87,02 milhões), óleo de soja (73,23 milhões), óleo de palma (70,37 milhões) e leite condensado (56,29 milhões).
“Notamos que o sector petrolífero teve um desempenho fundamental para que os resultados apresentados fossem uma realidade, mas não podemos deixar de olhar com optimismo ao facto do sector não petrolífero apresentar resultados animadores”, afirmou o secretário de Estado.

Segundo Milton Reis, “estes indicadores nos permitem concluir que a implementação de programas ao nível do Agroprodesi está a resultar no aumento significativo da produção nacional, permitindo que os produtores, além de abastecerem o mercado interno, também possam ter receitas com venda no mercado externo”.

  Escoamento da produção e controlo

O Ministério da Economia e Planeamento considera que o mercado deve evoluir para formas expeditas de escoamento da produção que não coloquem em causa a manutenção da cerca sanitária sobre Luanda, uma medida que, disse, deve ser respeitada por forma a evitar que o país chegue a uma situação incontrolável da propagação da pandemia da Covid- 19.

“É necessário arranjar formas de escoar produtos dentro das normas estabelecidas”, afirmou o secretário de Estado para o Planeamento, Milton Reis, em resposta a questões formuladas pelos jornalistas sobre os efeitos do prolongamento da cerca sanitária sobre  Luanda no escoamento da produção nacional dos locais de origem para a capital e vice-versa.

Apesar de reconhecer que a cerca sanitária condiciona, em grande medida, as trocas comerciais no mercado interno e tende a prejudicar o consumidor final, o secretário de Estado acredita que a manutenção da cerca é uma necessidade que poderá conhecer o seu fim na devida altura, sem colocar em causa a integridade dos cidadãos.
“Ninguém pode negar que a cerca sanitária trouxe constrangimentos à economia.

Contudo, estamos perante de uma medida de saúde pública que deve ser respeitada, independentemente de condicionar o dinamismo do comércio”, disse.  Numa das opções, apontou, o Governo vai continuar a apostar em programas de apoio ao produtor e de reforço das cadeias de valor (assente da transformação de matérias- primas para criar valor acrescentado), com vista a garantir que a produção nacional chegue aos principais mercados, minimizando os efeitos económicos das medidas para  conter a propagação da pandemia da Covid -19.

Fonte:JA

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