O projecto Frente Patriótica Unida (FPU) considera que Angola precisa de adoptar um programa de emergência nacional para tirar o país da crise em que se encontra.
A posição consta de uma declaração política assinada pelos líderes da iniciativa, Adalberto Costa Júnior, da UNITA, Filomeno Vieira Lopes, do Bloco Democrático, e Abel Chivukuvuku, do projecto político PRA-JA Servir Angola.
De acordo com o documento, a fome, a saúde, a educação, o desemprego, a habitação e a criminalidade tornaram-se problemas de segurança nacional e precisam de ser tratados como tal.
Advoga que se declare o Estado de Calamidade Pública no Sul de Angola e se usem os mecanismos apropriados para que as agências internacionais vocacionadas intervenham no terreno, poupando a vida de milhares de cidadãos afectados pela seca.
Realçou que a situação geral de calamidade reclama por medidas extraordinárias de controlo dos preços da “cesta básica e das doenças que têm provocado mais mortes que a pandemia da Covid-19.
A Frente Patriótica Unida propõe, igualmente, que seja debatido, em todo o país, o programa do Executivo pós-Covid-19 e tenha em conta o desemprego e a sua mitigação, tanto pela formação profissional, como pela vulgarização dos mecanismos de massificação das micro-empresas e alavancar as pequenas e médias empresas.
Defendem que o princípio da solidariedade face aos mais vulneráveis é imutável perante as alterações sociais ou económicas na vida de quem necessita.
“O futuro que preconizamos para Angola objectiva tanto a dignidade da pessoa humana, como se funda e repousa na dignidade da pessoa humana. Na vontade do povo angolano e na solidariedade nacional”, lê-se na declaração.
Eleições
No capítulo do processo eleitoral, a FPU saúda os esforços tendentes a corrigir a conduta dos agentes eleitorais, fortalecer a isenção e a imparcialidade da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e garantir a transparência e a lisura dos processos eleitorais.
Defendeu que o diálogo parlamentar deve reflectir a vontade nacional de “fechar o ciclo de eleições contestadas”. “A revisão da legislação em curso deve assegurar que a entidade gestora da base de dados dos cidadãos maiores garanta que a oficiosidade do registo alcance o objectivo intencionado pela Constituição, que é a universalidade”, sustenta.
Na óptica da Frente Patriótica, a Base de Dados do Bilhete de Identidade “não pode, ainda, ser a única fonte de alimentação da Base de Dados do Registo Eleitoral”.
O líder do projecto PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, ao intervir no acto, afirmou que, até ao final deste mês, será anunciada a direcção da Frente Patriótica Unida.
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, defendeu a necessidade da comunicação social ser mais plural e democrática, pautando pela isenção.
Liderança
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, confirmou que o líder da Frente Patriótica Unida será anunciado ainda no final deste mês.
“Foi aqui afirmado e volto a fazê-lo, compromisso nosso em formatar, penso que até final deste mês, o anúncio público definitivo da liderança da Frente, da sua composição, mas também o facto de estarmos num movimento com as portas abertas até às eleições” gerais de 2022.
Adalberto Costa Júnior apelou aos angolanos a não se deixarem “transportar pelos radicalismos”, frisando que é já do conhecimento do grupo que “já se está a fazer campanha contra a Frente Patriótica”.
Sobre a liderança, Abel Chivukuvuku expressou que liderar a Frente não é o mais importante, mas apenas integrar o novo projecto político, para responder aos anseios e vontade de mudança dos angolanos. O líder do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, considerou que o “regime está esgotado”.
Fonte:JA