A aposta na inovação cénica é uma das principais metas da 6ª edição do Circuito Internacional de Teatro (CIT), cuja gala de abertura acontece a próxima sexta-feira, dia 30, às 18h00, no Hotel Luso, em Benguela.
Este ano, o CIT vai dar uma especial atenção às artes performativas, em particular o teatro, e tem duas províncias como palco, Benguela e Luanda. A decorrer até 16 de Setembro, esta edição tem como figura homenageada a encenadora, directora de teatro e realizadora Maria João Ganga.
A gala de abertura do CIT, realizado este ano sob o lema ”Ciclo na Promoção da Diversidade Cultural e Artística”, inclui, ainda, a exibição do grupo de dança tradicional Bisma das Acácias e também do espectáculo dramático “Cirima”, do Monumental Teatro de Benguela.
Os espectáculos, que acontecem primeiro em Benguela e depois em Luanda, abrem com a peça “Casados e Cansados”, da Companhia Enigma de Luanda. A exibição dos espectáculos acontece de quinta-feira a sábado, a partir das 17h00, nos Cinemas Monumental (Benguela), Beneficência (Catumbela) e Império (Lobito).
Nos palcos dos municípios de Benguela actuam os grupos locais e os provenientes das províncias de Luanda, Cuando Cubango, Namibe, Cuanza Sul, Huambo e Bié, com destaque para o Enigma, Monumental, Cadjud, Paulo Teixeira Jorge, Bisma, Horizonte de Arte e S.O.S.
Para os palcos de Luanda, a organização conta apenas com os grupos da capital, com realce ao Elinga, Miragens, Pitabel, Kamba Arte, Cearte, Excesso de Cor, Renascer do Sol, Njila Teatro e Bando Justiça e Arte.
No final do CIT, todos os grupos participantes vão ser avaliados para receberem as respectivas distinções.
Prémios
Este ano, a organização do CIT vai premiar os melhores grupos de teatro nas categorias de carreira, artista, actor, actriz, dirigente, revelação, figurino e melhor colectivo. Os valores a serem atribuídos dependem das disponibilidades do patrocinador oficial, que até ao momento ainda não foi encontrado.
O director do CIT, Adérito Rodrigues (Bi), informou que este ano o Prémio Carreira é entregue ao grupo Tuayovoca, um dos mais antigos impulsionadores das artes cénicas de Benguela.
Com um total de 43 espectáculos, previstos até 16 de Setembro, com o encerramento marcado para o palco da Casa de Artes, em Talatona, a organização do CIT, adiantou Adérito Rodrigues, já começou a reforçar, a partir de aspectos técnicos, a aposta na realização de um festival com uma elevada qualidade.
“Estamos a fazer visitas de constatação aos locais de exibição, para supervisionar, pessoalmente, certos aspectos técnicos, como a sonorização e a iluminação, para dar mais qualidade à esta edição”, disse Adérito Rodrigues, acrescentando que caso não tenha um patrocinador oficial, até ao arranque do CIT, a organização vai reduzir os espectáculos para um total de 12, devido aos custos operacionais.
“Se as dificuldades financeiras permanecerem os espectáculos vão ser realizados somente no município de Benguela e em Luanda, onde apenas realizaremos oito espectáculos no espaço do Elinga Teatro”, explicou.
Nos últimos cinco anos, continuou, o CIT tem sido uma das maiores plataformas de teatro a nível internacional e de incentivo às trocas de experiências com companhias estrangeiras, que têm permitido criar novos factos culturais e artísticos para a dinamização das artes cénicas. “O surgimento do Instituto Superior de Artes (ISART) e do Complexo das Escolas de Arte (CEART) também tem permitido agregar a prática à qualidade científica”, destacou.
O CIT, defendeu, é a principal plataforma do projecto “Cultura para Todos” e desde a criação já homenageou várias figuras ligadas às artes cénicas e a cultura nacional, dentre os quais José Mena Abrantes, Agnela Barros, Fragata de Morais, Manuel Sebastião e Diogo Colombo.
O projecto “Cultura para Todos” é uma iniciativa artístico-cultural de inclusão social, cuja missão e visão, vincula-se à formação do homem para a manutenção da Paz, o fortalecimento da Cultura, Educação e Ciência, desde Outubro de 2015.
Fonte:JA