O conflito entre o tradicional e o moderno voltaram a ser apresentados, no supermercado Kero, do Nova Vida, em Luanda, com a sessão de vendas do livro “A Festa dos Porcos”, de Dias Neto.
O romance, vencedor da última edição do Prémio Literário Sagrada Esperança, é, como disse o autor, uma ficção histórica, centrada na era colonial, que põe em evidência as humilhações e as injustiças, assim como as crenças e as tradições de algumas populações autóctones.
Com 200 páginas, o romance histórico aborda situações vividas pelas populações de Icolo e Bengo no período colonial, depois dos ataques às cadeias da PIDE, a 4 de Fevereiro de 1961. O autor disse, ao Jornal de Angola, que muitas vezes, no decorrer da narrativa, procura chamar a atenção para as diferenças entre a grande cidade e o campo, patentes até hoje.
O livro, esclareceu, procura transportar os leitores a um passado doloroso e é uma homenagem a todos que tombaram na luta pela Independência Nacional. “A ideia é valorizar o sacrifício dos nacionalistas e do povo, para que fossemos independentes”, lembrou, adiantando que fizeram, também, um tributo aos Kiezos, pelo papel de mobilizadores, através da sua música.
Dias Neto informou, ainda, que é um dos escritores angolanos seleccionados para a segunda edição da colectânea “Tanto Mar Entre Nós: Diásporas”, que reúne 40 autores de quatro países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
De Angola, acrescentou, participam 16 escritores, com destaque para José Luís Mendonça e João Tala. Da nova geração, estão, entre outros, Hélder Simbad, Pedro Kamorroto, Zola Ramos, Bússola Do livro, Eurico Carmona e Salvador de Jesus Ximbulikha.
A colectânea, que tem a organização e edição do escritor brasileiro Baltazar Gonçalves, é lançada, em breve, no Brasil, sob égide da Editora Kotter.
Fonte:JA