Setenta crianças, dos seis meses aos cinco anos de idade, morreram por malnutrição aguda, no primeiro semestre deste ano, na província do Cuando Cubango, informou, ontem, ao Jornal de Angola o chefe do Programa Provincial de Combate Contra a Malnutrição, Inácio Cativa.
Segundo o responsável, a escassez de alimentos, provocada pela estiagem, inundações e a praga de gafanhotos, que assolou algumas regiões da província, contribuíram para o elevado número de mortes.
Durante o referido período, disse, nove mil e 12 crianças foram atendidas em diversas unidades sanitárias da província com esta doença, das quais três mil e 739 foram curadas e 545 abandonaram o tratamento.
Em 2020, revelou Inácio Cativa, foram notificados oito mil e 792 casos de malnutrição aguda, dos quais 177 resultaram em óbitos, 884 tratados, 149 pacientes desistiram do tratamento e 151 ficaram sem resposta.
Em 2019, acrescentou, foram hospitalizadas 512 crianças, das quais 72 acabaram por perder a vida, 395 foram curadas, 35 abandonaram o tratamento e 24 ficaram sem resposta.
Os municípios mais afectados, de acordo com Inácio Cativa, são Menongue, Calai, Cuangar, Cuchi, Dirico, Ma-vinga e Rivungo, onde os índices de produção agrícola estão em decadência há três anos, devido aos fenómenos naturais, com realce para a seca, inundações e praga de gafanhotos.
“As consequências da seca e da praga de gafanhotos, essencialmente, estão a provocar um aumento significativo de casos de malnutrição, sobretudo a menores com menos de cinco anos”, disse Inácio Cativa, apontando o desmame precoce, doenças mal tratadas e a má alimentação, como as principais causas da doença na província.
“As autoridades sanitárias na província estão a realizar formações para os técnicos de saúde para fazerem face ao quadro alarmante, assim como estão a sensibilizar as famílias para alimentarem os filhos menores com uma dieta baseada em verduras, sopas e papa de fuba de milho ou de soja”, infomou.
Fonte:JA